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Após 2 anos do concurso, aprovados para agente penitenciário pedem nomeação

Somente 25 dos 150 aprovados que fizeram o curso de formação foram chamados. Concurso foi homologado no ano passado e é válido até o ano que vem.

03/09/2018 | Edivan Araujo
Aprovados protestaram em frente ao Karnak / (Foto: Divulgação/Whatsapp)

Após dois anos da realização do concurso para agentes penitenciárias no Piauí, os aprovados no certame ainda reivindicam a nomeação para os cargos. O edital previa o preenchimento de 400 vagas, sendo 360 na ampla concorrência e 40 para pessoas com deficiência e foi lançado em 2016. No entanto, a prova precisou ser refeita em março de 2017 após a polícia detectar fraudes por parte de alguns candidatos.

Dos 316 aprovados, apenas 150 foram chamados a fazer o curso de formação no início deste ano. Destes 150, somente 25 foram nomeados depois que concluíram o curso, ou seja, ainda há 125 aprovados com o curso de formação concluído aguardando a nomeação imediata, e mais 160 que ainda esperam serem chamados para o curso de formação.

A informação foi repassada por Rinaldo Sousa, da comissão dos aprovados no concurso para agente. Segundo ele, o governo havia prometido que nomearia todos os 150 que fizeram o curso de formação até julho, mas dois meses depois, a categoria ainda se encontra sem perspectivas. Ele destaca a questão do efetivo do Estado.

“De 2013 para cá, 130 agentes já saíram do sistema seja por exoneração, aposentadoria ou morte. São 541 cargos vagos no total, então os 150 que fizeram o curso de formação não vão suprir nem essa demanda. O nosso sentimento é de frustração e um pouco de revolta, porque nós passamos por todas as etapas, desde a prova até o psicotécnico, fizemos o curso de formação, que durou quatro meses, e estamos há cinco meses parados”, diz.

Segundo resolução de 2009 do Conselho Nacional de Polícia Criminal e Penitenciária, a proporção mínima desejável é de um agente para cada cinco presos. De acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), aqui no Estado, esta proporção é de um agente para cada grupo de 50 presos. Em todo o país, são mais de 686 mil detentos sendo monitorados por 98 mil agentes.

Rinaldo Sousa informou que já há aprovados entrando na Justiça para conseguir a nomeação. Os agentes se reuniram em protesto em frente ao Palácio de Karnak durante toda a manhã de hoje (03) e vão manter uma agenda de mobilização para chamar a atenção do Governo para a situação.

O outro lado

 

A reportagem de O Dia procurou a Secretaria de Administração Estadual (Sead) para se manifestar sobre as convocações, mas nenhum representante do órgão foi encontrado. O secretário Ricardo Pontes também foi procurado, mas não atendeu às ligações.

Por: Maria Clara Estrêla

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