O Palmeiras se preparou para um cenário tenebroso em Buenos Aires antes de encarar o Tigre, quarta-feira, às 19h45, pela Libertadores. A imaginação era a de que problemas com insegurança e hostilidade exagerada aconteceriam por conta das queixas de tratamento dos argentinos no Brasil na final da Copa Sul-Americana de 2012 diante do São Paulo. No entanto, após garantias recebidas do clube adversário, a diretoria recuou na decisão de investir em segurança.
Foi Gilson Kleina quem pediu para que os dirigentes do clube entrassem em contato prévio com os cartolas do Tigre na tentativa de gerar paz ao Palmeiras em Buenos Aires. O clube alviverde obteve juras de bom tratamento e logo de cara retirou os dois seguranças a mais que estavam relacionados para a viagem a Argentina realizada na noite de segunda-feira.
O estafe do Palmeiras que embarcou teve a mesma quantidade de pessoas envolvidas na viagem ao Paraguai na semana passada para encarar o Libertad-PAR. Os dirigentes do clube paraguaio também serviram de parâmetro ao Palmeiras.
“O Libertad jogou lá (Buenos Aires) faz duas semanas e os dirigentes me contaram que não houve nenhum problema. Com também temos garantia do Tigre estamos agindo como um duelo normal de primeira fase da Libertadores. Não temos que acreditar que seremos vitimas de vingança por problemas deles com o São Paulo. O Tigre sabe que também será bem tratado pelo Palmeiras no Brasil”, disse o gerente de futebol do Palmeiras, Omar Feitosa.
Apesar da confiança, o Palmeiras se previne com possíveis mudanças de planos na Argentina. O clube já deixou orçada a possibilidade de terceirizar seguranças em Buenos Aires caso julgue necessário. A delegação conta com dois profissionais do clube no setor.
“Catimba, dificuldades de acesso ao estádio, tensão nas imediações do hotel, existem coisas que não podem ser controladas pelos clube, mas temos que encarar dentro de uma normalidade do futebol. Se fugir a isso, estamos bem precavidos”, comentou Omar.
O Palmeiras confia que mantém bons laços com o Tigre pelo fato de ter cedido a Academia de Futebol para o clube argentino treinar na véspera do duelo final contra o São Paulo. Funcionários do alviverde relataram para membros da diretoria de que o comportamento dos argentinos no local foi exemplar. As palavras geraram confiança nos dirigentes que ainda não contavam com os cargos atuais na época da final da Copa Sul-Americana.
O Tigre se envolveu em confusão com o São Paulo em dezembro, em briga que envolveu até a Polícia Militar. A equipe argentina não quis voltar para o segundo tempo no Morumbi, quando perdia por 2 a 0, pelas supostas agressões ocorridas no vestiário. Alguns jogadores passaram a madrugada na delegacia registrando queixas contra seguranças do São Paulo e policiais. Os dois clubes não não seguiram em atrito por muito tempo com receio de serem punidos pela Conmebol.