A morte do ex-vereador Emídio Reis custou R$ 15 mil aos mandantes do crime. A revelação é do delegado Menandro Pedro, comandante da Greco, grupo da Polícia Civil que investigou e prendeu cinco acusados do crime.
O preço cobrado pelo sequestro e morte do político surgiu durante a apuração do caso. “Nenhum dos acusados confirma, mas é o que as investigações apontam”, diz o delegado.
Quem financiou a execução de Reis? “Mais na frente tudo isso será divulgado”, responde Menandro Pedro, optando por manter em sigilo alguns aspectos do inquérito. Apesar da prisão dos principais acusados, a investigação permanece em aberto e outras pessoas ainda podem ser indiciadas.
Foragido
A polícia permanece na região de São Julião. As equipes tentam dar cumprimento a um sexto mandado de prisão temporária. Acusado de compor o braço armado da quadrilha, um homem identificado como “Elvídio” não foi localizado durante a Operação Mandacaru, deflagrada ontem (15), e permanece foragido.
Os cinco presos durante a operação foram transferidos para Teresina. O vice-prefeito de São Julião, José Francimar Pereira (PP), é apontado como o principal interessado na morte do vereador. Ele está detido em uma cela especial do Quartel do Comando Geral da Polícia Militar.
Os demais membros do bando foram encaminhados para a Casa de Custódia de Teresina, unidade prisional do Estado destinada a presos provisórios. São eles: Vanderley José de Sá, assessor de Francimar. João Elísio Pereira, primo do vice-prefeito e acusado de fornecer armas para o bando; Antônio Sebastião de Sá; e Joaquim Pereira Neto.
Morte tramada em reunião
O assassinato de Emídio Reis, ex-vereador de São Julião, foi decretado ainda em novembro de 2012, durante uma reunião. Como em um tribunal, o grupo julgou as ações do político e decretou sua pena de morte. A sentença seria cumprida dali a dois meses, no último dia de janeiro deste ano.
O encontro aconteceu na comunidade Mandacaru, em São Julião. Detalhes do que aconteceu naquele dia foram repassados aos investigadores da Polícia Civil por uma pessoa que presenciou a conversa.
“A situação de pistolagem é concreta. A morte do ex-vereador foi contratada por essa organização criminosa que atua não só no município de São Julião, mas também em todo aquele entorno de Picos. A morte dele foi acertada em uma reunião em novembro”, assegura o delegado Geral da Polícia Civil, James Guerra.
A quadrilha que pensou, planejou e executou o crime é organizada. Ela subdivide-se em três segmentos: político, financeiro e o braço armado. “A organização do grupo foi suficiente para encomendar, até com certa tranquilidade, a morte do ex-vereador”, revela James Guerra.
O vice-prefeito de São Julião, José Francimar Pereira, é apontado como o líder da organização. Seria Francimar o financiador das ações do bando. O político filiado ao PP comandaria ainda um forte esquema de agiotagem naquela região, segundo afirma o Secretário de Segurança Robert Rios Magalhães.
Emídio Reis desapareceu no dia 31 de janeiro deste ano. Executado com dois tiros, foi enterrado em uma cova rasa cavada em meio a um matagal. Um vaqueiro achou o corpo por acaso. Exames feitos do Instituto Médico Legal (IML) de Teresina apontam que ele recebeu um tiro no joelho e outro na nuca. Os legistas também encontraram terra nas vias respiratórias, indicativo que a vítima pode ter sido sepultada ainda com vida.
Disputa política. Essa foi a causa da execução de Emídio Reis. Ele ameaçava a estabilidade política e financeira da organização liderada por Francimar Pereira. Com informações de “O Dia”