Matéria / Polícia

Casal assassinado planejava mudar de casa ainda esse ano

06/04/2013 |
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Bocaina: Casal assassinado planejava mudar de casa ainda esse anoPor Maria Moura

O que era para ser mais uma noite tranquila na casa de Simão Leôncio de Araújo, 75 anos, e Maria José da Rocha, 57 anos, se transformou em um pesadelo. Uma sequência de atos de violência e extrema crueldade tirou a vida dos aposentados que planejavam um futuro longo.

Viúvos, ele com quatro filhos e ela com três, decidiram reconstruir a vida juntos e há dez anos viviam em uma comunidade pacata com cerca de 30 famílias, a Lagoa do Cajueiro, em Bocaina. A segurança e comodidade eram tantas que a cozinha da propriedade não tinha sequer uma porta. Apenas uma cancela de madeira separa a casa do relento.

A paz que reinava na família, no entanto, acabou na noite desta quinta-feira (4) em um crime que mancha com sangue a história de Bocaina. Simão Leôncio e sua esposa foram encontrados mortos com os corpos em chamas pela filha mais nova de Maria José, que vivia com o casal.

 

O crime chocou moradores locais e colocou a região de Picos mais vez nos principais noticiários do estado, em destaque pela violência e brutalidade de uma ação criminosa.

Conhecidos como pessoas simples e de boa índole, o casal não tinha nenhuma divergência ou desafeto conhecido, segundo familiares. A principal motivação para a barbárie  então, seria o dinheiro das duas pensões e aposentadorias recebidas pelas vítimas na última quarta-feira (3), uma quantia estimada em pouco mais de R$ 2.700.00. A polícia trabalha com a hipótese de latrocínio – roubo seguido de morte – e o principal suspeito é uma pessoa próxima do casal.

Os idosos foram queimados juntos-Foto: Maria Moura

Cozinha se tornou palco de cenas brutais – Foto: Maria Moura

Justiça

Aos prantos, uma das filhas de Maria José conversou com nossa equipe e pediu justiça. “Eu quero justiça! Que seja presa essa pessoa que fez isso com eles. Foi muita crueldade a forma como mataram minha mãe e meu padrasto”, lamenta.

O agricultor José Francisco de Araújo, sobrinho de Simão Leôncio, afirma que as pessoas da região estão assustadas, ele também pede que a polícia e a Justiça se empenhem para elucidar o caso. “É preciso que a justiça se empenhe muito”, diz.

Francisco Leôncio de Araújo, irmão de Simão Leôncio, conta os detalhes dos momentos de horror: “Foi depois que a menina chegou da escola que foi lá e voltou chamando ‘Socorro! Socorro! Socorro!’ que meu menino foi e encontrou com ela, quando chegou lá, ele jogou água para apagar [o fogo dos corpos]”. Mas era tarde demais, o futuro planejado pelo casal já não era mais possível.

A filha Maria Sousa Rocha chora ao lembrar que a mãe sonhava com uma casa nova e que a família planejava se mudar até o final do ano. A nova moradia está quase finalizada e fica próxima à casa em que as vítimas viviam com a filha de 18 anos, mas o lar em que Maria José sonhava viver o restante de seus dias não será mais o cenário desejado e com suor construído.

População pede justiça - Foto: Maria Moura

População pede justiça – Foto: Maria Moura

Tragédia em família

A morte de Simão Leôncio e Maria José traz a tona novamente momentos de terror e desespero para a família. O aposentado de 75 anos era tio de duas irmãs mortas na região de Bocaina há 14 anos. As meninas foram estupradas, assassinadas e tiveram seus corpos jogados em um açude na região. O autor deste crime ainda está preso.

 

Fonte: Riachaonet

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