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O delegado Lucy Keiko, que preside o inquérito que apura a morte do ex-vereador de São Julião, Emídio Reis, deu detalhes sobre como ocorreu o crime. Segundo a investigação policial, as ameaças contra Emídio Reis iniciaram após o ex-vereador ter pedido a cassação do prefeito de São Julião, José Neci, e do vice Francimar. De acordo com o delegado Lucy Keiko, essa foi a motivação do crime.
Francimar teria entrado em contato com Joaquim Pereira para encomendar o crime, de acordo com o que apurou a polícia. Na propriedade Canas, pertencente a José Neci, Joaquim teria entrado em contato com Antonio Sebastião Sá (Virgílio). Este teria chamado Valter e Gildásio para integrar o grupo que executaria o crime.
Após fechado o acordo, os executores teriam passado a seguir o ex-vereador Emídio Reis.
No dia do crime, o trio seguiu Emídio até a cidade de Picos e esperou que ele saísse de uma gráfica, às 17h30. Eles seguiram o ex-vereador por uma estrada que dá acesso a São Julião em um veículo Prisma, pertencente a Antonio Virgílio. Quem conduzia o carro era Valter.
Em certo momento, o Prisma ultrapassou o carro de Emídio, uma Strada, e Virgílio, que conhecia Emídio, parou e pediu carona à vítima. Emídio parou e deu a carona. Próximo a cidade de Alagoinha, Virgílio pediu para que Emídio parasse para que ele pudesse descer. Neste momento, os outros dois abordaram a vítima e o levaram na Strada.
Eles passaram por vários municípios até chegar ao local do crime, um povoado na zona rual de Pio IX chamado Lajeiro Preto.
Execução
Assim que Emídio sai do carro, Virgílio dá um tiro que acerta a nuca da vítima e um segundo tiro atingiu a perna.
No local, a visibilidade era muito ruim porque era noite. Os três executores levaram a vítima carregada pela pernas e braços e cavaram uma cova usando as próprias mãos e um pedaço de madeira.
O ex-vereador ainda estava vivo quando foi enterrado. Conforme o laudo cadavérico, Emídio morreu por asfixia, já que foi encontrada terra na traqueia.
Os criminosos pegaram o veículo da vítima e abandonaram na entrada de Picos.
No dia seguinte, Antonio Virgílio liga para Joaquim Pereira afirmando que o homicídio já havia sido realizado. Joaquim entra, então, em contato com o vice-prefeito. Joaquim recebeu dois cheques e fez a troca em uma agência do Itau em Picos. O valor total foi de R$ 15 mil.
"O Valter foi o que mais colaborou com a investigação e declinou todos os lugares por onde passaram com a vítima", disse o delegado.
Os cinco serão indiciados por homicídio, formação de quadrilha e ocultação de cadáver.
Flash de Carlos Lustosa Filho / Cidadeverde