O Boca Juniors parecia uma presa frágil para o embalado Corinthians, mas ressurgiu com o apoio de sua torcida. Nesta quarta, diante de uma Bombonera lotada e barulhenta, o time argentino superou a ausência de Riquelme, fez 1 a 0 nos atuais campeões do torneio e saiu na frente no duelo pelas oitavas da Copa Libertadores.
O resultado deixa o Corinthians com a obrigação de vencer no Pacaembu no dia 15 de maio, quando os dois clubes disputarão o jogo de volta da eliminatória. Além disso, coloca pressão na equipe de Tite, que no próximo domingo tem o clássico contra o São Paulo, pela semifinal do Campeonato Paulista.
Trata-se de uma mudança significativa de panorama para os dois times. O Boca chegou ao confronto muito fragilizado, em uma série recorde sem vitórias no Campeonato Argentino e com uma campanha claudicante na primeira fase da Libertadores.
O Corinthians, por sua vez, avançou como o quarto melhor time entre todos os grupos e ainda vinha embalado do 4 a 0 sobre a Ponte Preta, domingo passado, nas quartas do Estadual. Agora, a situação se inverte.
E sem Riquelme. Com uma lesão na coxa esquerda, o camisa 10 do Boca ficou fora do confronto em cima da hora. Erviti e Miño substituíram o ídolo com qualidade. Foram eles os maestros de um time sem grande qualidade técnica, mas que jogou com muita aplicação e empurrado pela torcida.
Contou para o resultado a catimba que dominou o confronto. Desde antes do jogo, o clima de tensão entre os dois times era nítido. Quando o apito inicial soou, Emerson, Paulinho, Guerrero e Paulo André tiveram seus desentendimentos com os rivais em diferentes momentos. A torcida, com xingamentos, pressão em escanteios e tiro de meta e os incômodos raios laser, também fez sua parte.
O Corinthians, em compensação, não fez a sua. A equipe alvinegra ficou acuada diante do ímpeto dos donos da casa e não conseguiu fazer a bola girar com qualidade entre Danilo, Romarinho, Emerson e Guerrero. Na defesa, o desempenho foi igualmente ruim.
Só no primeiro tempo, o Boca teve três boas chances de abrir o marcador. Burdisso e Blandi assustaram em cabeçadas perto da pequena área. A melhor chance, porém, foi de Martinez, ex-Corinthians, que recebeu de frente para Cássio com liberdade e preferiu tentar o passe de cabeça para Blandi, interceptado pelo goleiro.
Na volta do intervalo, Tite ainda perdeu Danilo por lesão e teve de colocar Jorge Henrique em campo. Só que o Corinthians só reagiria depois de ser punido pelo início de jogo apático. Aos 14 minutos do segundo tempo, Erbes dominou na esquerda, bateu cruzado e a bola desviou. Blandi, sozinho na pequena área, só tocou sem chance para Cássio.
O gol fez a Bombonera explodir e finalmente acordou o Corinthians. Romarinho, mais uma vez destaque do time na Argentina, foi quem comandou a reação. Aos 18 minutos, ele arriscou de primeira em uma bola cruzada e obrigou Orión a fazer uma grande defesa. Aos 24 minutos, foi ele quem puxou o contra-ataque e deixou Guerrero com espaço para bater na trave esquerda do goleiro rival, na melhor chance da equipe visitante.
Só que Tite preferiu tirar o camisa 14, seu amuleto na Bombonera, a sacar a dupla Guerrero e Emerson, para colocar Alexandre Pato em campo. O resultado não foi bom. Com Sheik na criação, o Corinthians voltou a produzir pouco e só assustou o Boca em tentativas esporádicas pelo alto.
Aos 37 minutos, os donos da casa conseguiram o segundo gol, que acabou anulado pela arbitragem. Impedido, Ledesma aproveitou rebote de Cássio e marcou. O árbitro parou a jogada, mas o jogador não percebeu, tirou a camisa e saiu comemorando. Resultado: levou o cartão amarelo. No lance seguinte, o camisa 8 deu uma pegada mais forte em Ralf e foi expulso de campo.
Agora, a delegação alvinegra volta para São Paulo nesta quinta e começa a preparação para o clássico com o São Paulo, no próximo domingo. A volta do duelo contra o Boca ocorrerá no dia 15 de maio, no Pacaembu.
Fonte: Uol Esportes