O Corinthians foi melhor na maior parte do tempo, chegou a temer pelo pior ao ver Cássio falhar de maneira grotesca. A sorte alvinegra no Morumbi, no entanto, voltou a aparecer em belíssimo toque de Renato Augusto, que, ao mesmo tempo que mostrou toda a sua classe, aproveitou falha de posicionamento de um adiantado Rogério Ceni para fazer o gol que definiu a vitória por 2 a 1 na primeira final da Recopa Sul-Americana na noite desta quarta-feira. Agora, são dez jogos sem que os são paulinos vençam seu principal rival dentro da sua própria casa.
Os outros dois gols foram marcados por Guerrero, que quebrou jejum de oito jogos, e Aloísio, que entrou no banco no lugar de um mais do que apagado Paulo Henrique Ganso. Além das falhas do goleiro, o encontro ficou marcado pela rivalidade.
Tudo começou logo na chegada dos corintianos ao Morumbi, onde uma chuva de pedras atingiu o ônibus alvinegro. Depois, dentro de campo, o São Paulo ignorou um lance de fair play e ainda reclamou bastante das tentativas de faltas cavadas. Em um lance, Wellington apontou para a cara de Emerson Sheik e colocou fogou no Morumbi. No fim, toda a empolgação acabou se transformando em pedidos por Muricy Ramalho, mais uma vez, assim como tinha sido na derrota por 1 a 0 para o Goiás pelo Brasileirão.
Os acontecimentos acabam servindo como ingrediente para a segunda partida da final, marcada para o dia 17 de julho, no Estádio do Pacaembu, novamente às 21h50. Um empate dá o título ao Corinthians, enquanto que uma vitória são-paulina por um gol de diferença leva o jogo para a prorrogação. Não há o critério de gol fora.
O primeiro tempo começou com os dois times muito fortes na marcação e errando bastante na armação de jogadas, especialmente no último passe. Ganso, a surpresa de Ney Franco, era nulo em campo. O Corinthians, pelo menos, conseguia chegar ao gol de Rogério Ceni com bolas aéreas, mas as cabeçadas não chegavam com força o suficiente para assustar. Em um lance isolado, Danilo, em dividida com Rodrigo Caio, caiu e precisou ser substituído por Douglas.
Â
O jogo foi transcorrendo assim até aos 30 minutos. Foi quando Juan foi tentar ganhar no corpo de Romarinho, se estatelou no chão e viu Guerrero pegar a sobra. Com o gol aberto, o peruano nem precisou pensar para completar o chute e abrir o placar, quebrando seu jejum de oito jogos. Curiosamente, foi bem ele que havia dito que se motivava com a chuva de pedras na entrada do Morumbi. O episódio se repetiu nesta quarta-feira.
A partir daí, o jogo teve mais animação pelo clima do clássico do que por chances de gol. Em um lance, os corintianos ficaram pedindo fair play, não foram atendidos pelos são-paulinos. Revoltado, Sheik correu e fez falta por trás em Rodrigo Caio, mas acabou advertido apenas com o amarelo.
No segundo tempo, para mudar o jogo, Ney Franco resolveu mudar o esquema tático. Se a surpresa durante a semana havia sido para colocar Paulo Henrique Ganso, quem resolveu mesmo foi Aloísio, que entrou no segundo tempo. Logo no começo da partida, o atacante chutou de longe e viu Cássio falhar de maneira feia para aceitar o empate. O gol colocou fogo no jogo e fez os são-paulinos jogarem junto com a time.
Durante 15 minutos, os donos da casa dominaram a bola e ficavam mais no campo do adversário, mas sempre sofrendo na hora do último toque para deixar os atacantes na cara do gol. O Corinthians foi se acostumando aos poucos com a pressão, até voltar a entrar no jogo de novo. Aos 20, Guilherme recebeu cruzamento de Renato Augusto, deu bela cabeçada e viu Rogério Ceni fazer ótima defesa para manter o placar. Em seguida, em cruzamento pela direita, Romarinho desviou e acertou o pé da trave do goleiro, que nada pôde fazer a não ser olhar.
De tanto tentar, o Corinthians conseguiu. Novamente aos 30 minutos, mas desta vez do segundo tempo, o visitante marcou outro gol, desta vez em um gol que misturou toque de craque de Renato Augusto com falha de Rogério Ceni, que, adiantado, só viu a bola entrar em toque por cima do meia corintiano. Para segurar o resultado, Emerson deixou o campo para a entrada de Ibson. Aloísio quase voltou a marcar no fim do segundo tempo, mas Fábio Santos salvou muito perto da linha.
Fonte: Uol Esportes