Dos 1.157 municípios de maior vulnerabilidade social do país onde serão alocados profissionais com prioridade no programa Mais Médicos, lançado pelo Governo Federal esta semana, 1.042 são do Nordeste e 127 são do Piauí.
Enquanto no Brasil a taxa média é de 1,83 médico por mil habitantes, no Piauí esse número é de apenas 0,92 médico por mil habitantes. O programa foi instituído por medida provisória pela presidenta Dilma Rousseff, e ofertará uma bolsa de R$ 10 mil, paga pelo Ministério da Saúde, aos médicos que atuarão na atenção básica da rede pública de saúde.
Durante coletiva em Brasília ontem, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, explicou que os médicos estrangeiros virão compor uma equipe já estabelecida nas unidades de saúde.
Ele relatou que desde 2011 o Ministério da Saúde passou a descredenciar equipes do Programa Saúde da Família (PSF) que não tinham a equipe completa, com um profissional médico. Atualmente, são descredenciadas em média 3 mil equipes de PSF por mês, devido à ausência de médicos.
O Piauí se inclui nos 22 Estados que estão abaixo da média nacional, ficando ainda entre os cinco que têm menos de um médico para cada grupo de mil habitantes.
Os municípios piauienses que irão receber os médicos – prioritariamente os brasileiros, e em segundo lugar os estrangeiros – devem oferecer moradia e alimentação aos profissionais, além de poderem acessar recursos do Ministério da Saúde para construção, reforma e ampliação das unidades básicas.
Teresina está incluída na lista dos municípios que irão abrir novas vagas, já que todas as capitais brasileiras se enquadram como cidades onde há dificuldades em fixar médicos para trabalhar na periferia.
O levantamento do Ministério da Saúde aponta ainda que faltam especialistas nos hospitais públicos principalmente nas áreas de Pediatria, Neurologia, Anestesiologia, Neurocirurgia, Clínica médica, Radiologia, Cardiologia, UTI pediátrica, Nefrologia e Psiquiatria. Em todo o país, 700 municípios não têm sequer um médico residente.
Nos últimos 10 anos, foram oferecidos 146 mil postos de primeiro emprego formal aos médicos, contra 93 mil formados. Além de criar 11.500 novas vagas de graduação em medicina no país (sendo 4.237 no Nordeste, incluindo as cidades de Picos, Teresina e Parnaíba), com a mudança na lógica de abertura dos cursos para atender as áreas prioritárias do SUS, o Mais Médicos irá fazer com que o aluno estudante ingresse no mercado de trabalho com experiência no SUS. Serão abertas também 12.400 novas vagas para formação de especialistas no país.
Fonte: Meio NorteÂÂ