O São Paulo ainda tem pela frente 30 jogos no Campeonato Brasileiro, e o torneio termina só daqui a cinco meses. Â Em meio à crise e o receio de estar presente na pior sequência de derrotas da história do clube, o treinador Paulo Autuori não quer saber de corpo mole e exigiu esforço total dos jogadores.
“Para ser competitivo, além da qualidade técnica, tem quer ter capacidade de sofrimento e espírito de sacrifício. Se pegar qualquer jogador do mundo, de uma equipe top, cada um tem uma dor, porque hoje o futebol exige sacrifício. Queria eu poder trabalhar só com jogadores que tenham esse espírito”.
Durante a entrevista coletiva desta sexta-feira, o treinador por diversas vezes ressaltou que a falta de tempo para treinar é um problema, mas mostrou confiança para superar a desconfiança da torcida e recuperar o time no Brasileiro.
“Não podemos esquecer que a equipe do São Paulo, em outras circunstâncias, pôde se recuperar e até conseguiu o título, o terceiro consecutivo, uma coisa que dificilmente outro clube vai conseguir”, disse, lembrando o time de 2008, comandado por Muricy Ramalho e que conseguiu uma arrancada surpreendente para a conquista do tricampeonato.
Autuori ainda lembrou outro time, desta vez o de 2005, dirigido por ele e campeão do Mundo em 2005. “Era um grupo em que tinha orgulho de trabalhar. Os jogadores não lamentavam nada”, elogiou. “Quero mais jogadores que não prefiram ficar no departamento médico e encarem a responsabilidade como devem encarar”.
Contra o Cruzeiro, neste sábado às 18h30 no Morumbi, o São Paulo defende um tabu de 17 jogos sem derrota para o rival em Brasileiros. O último resultado negativo diante dos mineiros aconteceu em 2004, no Mineirão.
Uma derrota são-paulina, porém, não significaria apenas a quebra da série. Muito pior. Sem vencer há sete jogos, um revés faz com que o elenco fique marcado pela pior sequência de derrotas da história do clube. Desde a fundação, apenas nos primeiros seis jogos houve um retrospecto tão negativo.
Além disso, no Morumbi já são quatro derrotas seguidas, outro fato inédito na vida do Tricolor. No torneio nacional, o time ocupa a 14ª posição, com apenas 8 pontos, um a mais que o Vasco, primeiro na zona de rebaixamento.
“Temos que aceitar as críticas, porque são reais. A desconfiança é real. O que temos que fazer é segurar essa tendência negativa, conseguir estabilidade e começar a crescer”, concluiu o treinador. Fonte: Uol Esportes