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Alunos terão aulas em internação através de projeto da Secretaria de Educação

26/08/2013 | Edivan Araújo
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Atender educacionalmente às necessidades do desenvolvimento psíquico e cognitivo de crianças e jovens que, dadas suas condições especiais de saúde, estejam hospitalizados e, consequentemente, impossibilitados de partilhar das experiências sociointelectivas de sua família, sua escola e de seu grupo social, é o principal objetivo de um projeto pioneiro no Estado do Piauí.

O Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Seduc), implantará no segundo semestre de 2013 o Projeto Escola Hospitalar. Inicialmente, as atividades serão desenvolvidas no Hospital Infantil Lucídio Portela, localizado em Teresina, atendendo crianças e adolescentes de dois a 14 anos.

A chamada Escola Hospitalar assegurará o atendimento escolar durante o período de hospitalização de crianças e adolescentes que estão com o acesso à escola comprometido por conta de sua internação.

Com ética, compromisso e responsabilidade, o projeto oportuniza a continuidade dos estudos desses pacientes, reintegrando-os em sua série de origem após alta médica, diz a Secretaria Estadual de Educação.

A professora Francisca Maria de Sousa, coordenadora do projeto na Seduc, acredita que este projeto tem grande significado para o Piauí. Para montar o projeto, ela realizou uma pesquisa que constatou que crianças que recebem atendimento pedagógicoeducacional no período em que se encontram internadas, apresentam melhora do quadro clínico.

“O desempenho nas atividades pedagógicas e psicopedagógicas desenvolvidas pelas crianças também teve uma melhora considerável”, observou.

O projeto será implantado, inicialmente, no Hospital Infantil Lucídio Portela (HILP) e as ações serão executadas por equipes interdisciplinares compostas de pedagogo, psicopedagogo, psicólogo, assistente social, médico, enfermeiro, técnico-administrativo, professores e familiares.

O atendimento psicopedagógico e escolar no hospital será desenvolvido em articulação com a proposta curricular da escola de origem da criança ou adolescente hospitalizado.

As atividades e conteúdos curriculares devem ser apresentados de uma forma flexível, respeitando a condição e possibilidades da criança ou adolescente hospitalizado.

“A avaliação da aprendizagem ou do desenvolvimento de habilidades cognitiva e psicomotoras desses pacientes será verificada através de atividades específicas, elaboradas pelo professor do projeto, sendo o resultado do processo de aprendizagem emitido através de relatório”, explica a coordenadora.

Pacientes terão ligação com o mundo externo

A Escola Hospitalar contribuirá para que alunos-pacientes mantenham o elo com o mundo que ficou fora do hospital, na medida em que poderão, como se não estivessem doentes, participar e aprender desfrutando do direito básico ao desenvolvimento pleno, independentemente de suas dificuldades.

A Seduc, coordenadora do projeto, é a responsável pela concessão de professores da rede para a execução do projeto e formação específica na área para esses professores ficando a cargo da Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi) apoio para realização do projeto, através da construção e adaptação da sala de aula no espaço físico do Hospital Infantil Lucídio Portela. A Sesapi também será responsável pela adequação do trabalho dos profissionais da instituição para atuarem no projeto.

A Unidade de Ensino e Aprendizagem (Unea) e Coordenação de Projetos Especiais realizou no início do mês de agosto a I Formação do Projeto Escola Hospitalar.

"A formação de qualquer profissional deve contemplar de forma efetiva a relação teoria e prática. Dessa forma, é necessário desenvolver no profissional as peculiaridades da atividade profissional que irá exercer", diz Cineide.

O curso proporcionou aos professores lotados na rede de ensino do Estado do Piauí que irão atuar na sala de aula do HILP a oportunidade de desenvolver atividades que os aproximem do fazer pedagógico no contexto hospitalar, possibilitando uma abertura para a prática da pedagogia hospitalar, a qual busca ajudar na adaptação, motivação e recuperação da criança enferma.

A coordenadora explica a importância de capacitar os educadores. "O profissional que pretende atuar na educação hospitalar necessita de uma formação diferenciada para desenvolver propostas pedagógicas flexíveis, acompanhando o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças e adolescentes hospitalizados", destaca.

A formação aconteceu no Auditório do Tribunal de Contas do Estado, contando com a participação da Profª. Drª Elizete Matos, professora titular da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

Fonte: Meio Norte

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