Matéria / Polícia

Caso Emídio: Acusado, vice-prefeito admite cheque. 'Era para uma dívida'

26/08/2013 | Edivan Araújo
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Dos 5 acusados, o primeiro a falar foi o vice-prefeito de São Julião, Francimar. Ele confirmou que o cheque encontrado pela polícia durante a investigação realmente era dele. "O cheque é meu, mas era para pagar uma dívida. Já a ligação que foi feita para cobrar essa dívida", se defendeu o acusado.

JUÍZA BUSCA CONFERIR INFORMAÇÕES
Após o intervalo, a juíza Nilcimar Araújo passa a conferir informações com os acusados. O primeiro a falar foi o vice-prefeito de São Julião, Francismar Pereira.

A investigação policial da Greco apuro que  o motivo para a morte de Emídio Reis foi uma quebra de acordos políticos nos bastidores, uma vez que o vereador rompeu com o grupo político do qual fazia parte. O que fez com que o houvesse retaliação, especialmente quando Emídio resolveu se candidatar à prefeitura de São Julião, sendo que um dos acordos era a candidatura única.

Segundo o que foi apurado, Antonio Virgilio, o executor de Emídio, pediu carona para o vereador, a fim de levá-lo para uma emboscada. Emídio foi cercado por Valter que o seguia, sendo morto pelo próprio Antonio Virgílio (a quem deu carona) com tiros na nuca e na perna. Exame no corpo do político confirmou que ele morreu por asfixia, uma vez que havia areia nas traqueia, pelo fato de ser enterrado vivo.

Essa é base informativa, que a juíza tenta confirmar na audiência desta segunda-feira (26/08) no fórum central de Picos, 306 Km a sudeste de Teresina, para o crime que aconteceu em São Julião, na mesma região, a 400 Km da capital piauiense, sendo que o corpo foi encontrado em um povoado na cidade de Pio IX, distante mais 450 Km.

Durante o intervalo dado pela juíza, o clima continuou tenso entre as famílias. Ao 180graus, o de Franscismar, vice-prefeito de São Julião, Erismar Pereira, que é coordenador de produção, comentou como a situação da prisão do irmão tem abalado a família. "Eu sou empresário e gero empregos na região de Picos; são mais de 400 empregos, porém, 
em virtude do meu irmão está detido, os meus negócios foram atrapalhados", revela.

Ele ainda comenta que acredita na inocência do irmão. "Os meus empregados estão na expectativa para voltar a trabalhar. Eu recebo todo dia ligações de pais de famílias me procurando pela oportunidade de emprego. Mas eu só posso gerar esse emprego com a liberdade do meu irmão, pois abandonei tudo aqui pra apoiá-lo aqui, pois acredito na inocência dele”, afirma o irmão de um dos acusados.

Por outro lado, a irmã da vítima, o ex-vereador Emídio Reis fala sobre a sensação de encontrar, pela primeira vez, cara a cara, todos os acusados. Claudia Rocha, que veio vestida com a camisa do irmão, assim como toda a família, diz ao 180graus que "a sensação é muito estranha".

Com expectativa da justiça ser feita, Claudia, ainda comenta como está sendo difícil acompanhar o julgamento. "Somos em 7 mulheres, irmãs de Emídio, eu fui a única que consegui vir para cá e DEUS está me dando força para suportar e ter tranquilidade, porque é difícil, muito difícil", desabafa a irmã da vítima.

A AUDIÊNCIA
Foram ouvidas pela juíza 3 testemunhas de acusação foram ouvidas, de um total de 9. De acordo com a juíza, as outras 6 devem ser ouvidas em precatória.

Esse foi o motivo para que, por volta das 11h, o advogado de Francimar Pereira solicitasse a suspensão da audiência, alegando que as demais testemunhas de acusação deveriam estar presentes, porém, a juíza Nilcimar Araújo negou o pedido de suspensão do julgamento num todo, apenas suspendendo por alguns instantes ama fim de que as partes conversassem.

Uma segunda paralisação foi realizada por volta das 13h20, após conversas da juíza com as testemunhas, a fim de saber o grau de conhecimento que elas têm dos acusados, visando obter mais informações para seguir o andamento do processo.

A expressão dos acusados, durante o julgamento é sempre a mesma, tanto o vice-prefeito de São Julião, Francimar Pereira, acusado de ser o mandante do crime, assim como Joaquim Pereira Neto (o “Joaquim de Gabriel”), apontado apela polícia como o intermediário da morte, além de Antônio Sebastião de Sá e José Gildásio de Brito, indiciados como executores do homicídio, sendo que José Gildásio é apontado pela polícia como sendo o autor do bilhete de ameaça de morte para o quinto acusado, Valter Ricardo da Silva, segundo a advogada Michele.

UM DOS ACUSADOS É AMEAÇADO DE MORTE
A primeira fase da audiência de julgamento aconteceu com testemunhas sendo ouvidas pela promotora Itanieli Rotondo Sá, enquanto a defesa dos acusados pediu suspensão do julgamento, alegando que mais testemunhas devem ser ouvidas. "Eles confiam em um pedido de habbeas corpus que está sendo analisado para que, dessa forma, eles ganhem liberdade", afirma a advogada Monica, que revela o desejo da defesa de interromper a audiência.

Outra revelação feita pela magistrada é a de que o preso Valter Ricardo está isolado, afastado dos outros 4 acusados, pelo fato de ter recebido um bilhete de ameaça de morte neste domingo (25/08) do preso Gildasio, que estava em outra cela. "Como ele colaborou com informações e pode ter a pena reduzida, ficou um clima ruim entre eles" comenta a Michele.

Segundo informações da polícia, as ameaças aconteceram no presídio irmão Guido, em Teresina o que fez com que Valter fosse transferido para a penitenciária José de Deus Barros, em Picos a passasse a ficar isolado. 

ACUSADOS CHEGAM A PICOS
Com início às 10h, a audiência de julgamento e instrução dos acusados pelo assassinato do ex-vereador de São Julião, Emídio Reis da Rocha (PMDB), convocada pela juíza Nilcimar Rodrigues de Araújo Carvalho, da 5ª Vara da Comarca de Picos, foi marcada por confusão na entrada do fórum Governador Helvídio Nunes de Barros, onde acontece o julgamento nesta segunda-feira (26/08).

Integrantes das famílias da vítima Emídio Reis e de um dos acusados, Francimar Pereira, vice-prefeito de São Julião, se manifestaram antes do início da audiência e o clima chegou a ficar mais tenso quando o acusado chegou, escoltado pela polícia e aos gritos de "Assassino!", da parte de um grupo e "Francimar é inocente!" da parte de outro. Com isso foi necessário a revista das pessoas que conseguiram entrar para a audiência, enquanto outros tiveram que ficar do lado de fora.

Durante a audiência de instrução e julgamento estão sendo ouvidos os cinco acusados pelo crime. Também foi autorizada a quebra de sigilo bancário do acusado José Gildásio, um dos 5 acusados.

Após pedido da juíza para que não haja mais confusão, testemunhas começam a ser ouvidas, aos olhares atentos dos acusados: Valteir (que está isolado ao lado esquerdo da sala), além de Virgilio, Gildásio, Francimar e Joaquim, que estão juntos, do outro lado.

Fonte:180graus

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