Em má fase, o Corinthians reuniu suas forças, afinou o discurso e foi para Campinas disposto a virar a mesa no Campeonato Brasileiro. No retorno a São Paulo, vai trazer na bagagem mais um tropeço, o quinto consecutivo. Mesmo diante do vice-lanterna do Campeonato Brasileiro, o time do técnico Tite voltou a jogar mal, criou pouco e foi castigado com dois gols no fim, perdendo por 2 a 0 da Ponte Preta.
A vitória alivia, mas não resolve a situação dos campineiros, que têm 19 pontos e ainda estão na penúltima colocação. Para o Corinthians, o cenário fica consideravelmente pior. Com a derrota, o time estaciona nos 30 pontos e cai para a sétima colocação do Brasileiro.
Agora a equipe da capital paulista está a 19 do líder Cruzeiro e cinco do Atlético-PR, último time do G-4, que ainda vai jogar nesta rodada. A situação é tão ruim que até o rival São Paulo, ameaçado pelo rebaixamento há poucos dias, hoje está a apenas três pontos dos atuais campeões mundiais.
A sequência de maus resultados deve aumentar a pressão sobre Tite nos próximos dias. No domingo passado, no Pacaembu, o Corinthians viu a sua torcida pedir “vontade” dos jogadores. Nesta quarta, fora de casa, as cobranças não foram tão intensas durante o jogo, mas após o apito final os atletas viram a torcida descer até o alambrado do Moisés Mucarelli para protestar.
Tite, o maior alvo, teve sua teoria testada e reprovada em Campinas. Pelo discurso do técnico, o grande problema do Corinthians no Campeonato Brasileiro é a falta de sequência da equipe. Por isso, ele apostou na manutenção do quarteto ofensivo com Douglas, Romarinho, Alexandre Pato e Paolo Guerrero. Não deu certo. Com Edenílson de volta à lateral direita, a equipe criou um buraco no meio-campo e não criou no primeiro tempo.
Mais que isso, a dupla Maldonado e Ralf não funcionou e o Corinthians mostrou uma fragilidade incomum na defesa. Em cima de Paulo André, Chiquinho deu trabalho desde os minutos iniciais. A mudança de posição com Gil, unanimidade do setor, não ajudou muito, e o atacante da Ponte só não abriu o marcador porque Cássio cumpriu bem seu papel em pelo menos três oportunidade.
Era o roteiro que o torcedor corintiano menos queria. Tite, que passou boa parte dos 45 minutos iniciais cobrando mais marcação de seus comandados, percebeu a situação desfavorável e trocou tudo no intervalo. De maneira incomum, sacou Pato e Romarinho e lançou mão de Emerson e Danilo.
O time teve uma melhora tímida. Em dois lances, o Sheik levou perigo a Roberto com chutes de longe. Com mais companhia, Douglas também cresceu e passou a servir os companheiros com mais frequência. O grande efeito da mudança corintiana, porém, foi sentido na Ponte. Ao contrário do que havia feito no primeiro tempo, o time campineiro se retraiu e deixou de assustar Cássio, exceção feita a lances fortuitos de contra-ataques.
Em uma dessas jogadas, o Corinthians foi castigado. Aos 42 minutos, em uma falta na entrada da área, Felipe Bastos acertou com perfeição o canto direito de Cássio. Já nos acréscimos, Adailton ampliou, depois de uma confusão entre Gil e Cássio que permitiu ao atacante tocar na saída do goleiro corintiano, com categoria.
Para o Corinthians, os próximos dias serão de preparação intensa para um compromisso de peso no próximo domingo, quando a equipe recebe o líder Cruzeiro no Pacaembu. Já a Ponte vai até Curitiba para encarar o Atlético-PR, seguindo seu périplo na briga contra o rebaixamento.
Fonte: Uol Esportes