A um quilômetro do Minascentro, em Belo Horizonte (MG), onde acontecia o Miss Brasil 2013, cerca de 300 pessoas aplaudiam, celebravam, gritavam, assoviavam e até vaiavam, na noite deste sábado (28), outra rainha da beleza: a Miss Prostituta 2013, Marcelina Gomes Teixeira -- 18 anos de idade e seis meses de profissão.
Sob a batuta de Elke Maravilha, a "Rainha das Prostitutas", "Camila" --como é mais conhecida a nova miss-- deixou outras nove candidatas para trás e ganhou o prêmio de R$ 1.200 em dinheiro, além de R$ 350 em vale-compras, e presentes de lojas do Uai Shopping Centro, no hipercentro da cidade, onde foi celebrada a cerimônia de coroação.
Nascida em Entre Rios de Minas (MG), Marcelina tem ensino médio completo e mudou-se para a capital mineira há seis meses, quando também se iniciou na profissão. Não tem namorado. E pretende cursar enfermagem.
"Não anuncio em jornal. Tenho os meus contatos", diz a miss, e revela um poucos mais sobre si mesma: mora com a avó, não gosta de música, não vê cinema, nem costuma navegar na internet --"Não ligo muito para essas coisas, não".
Lei Maria da Penha não protege prostitutas
A responsável pelo Miss Prostituta 2013 é a presidente da Associação das Prostitutas de Minas Gerais Maria Aparecida Vieira, a Cida, 46. Ela explica que o concurso, que está em sua segunda edição, tem um caráter político, "para chamar a atenção para a regulamentação da profissão".
Segundo Cida, as mulheres brasileiras são protegidas pela legislação. Mas isso não existe para as prostitutas.
"O Miss Prostituta é para denunciar a violência. Na hora de trabalhar, a prostituta não é mulher. A lei Maria da Penha não protege a prostituta na hora do trabalho. Isso não existe. A lei só existe quando somos mulheres", afirma.
"Com a regulamentação, além da proteção que podemos ter, vai diminuir o preconceito cultural", diz a presidente da associação.
Fonte:UOL