Matéria / Cidades

ALUNOS dividem sala com carrinho de mão e vaso sanitário

04/10/2013 | Edivan Araújo
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Carrinho de mão, vasos sanitários, cestos de lixo, adubo para planta, pás, caixas de papelão, etc. Falando assim, pensa-se que estamos nos referindo a um canteiro de obras ou algo do tipo, mas na verdade, todo este material está entulhado dentro da sala de aula da turma do 2º Ano da Escola Municipal João Batista Costa, em Ilha Grande do Piauí, município a 340 km ao Norte de Teresina.

Necessitando, visivelmente, de uma reforma em caráter de urgência, a escola abriga alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental, e apresenta uma estrutura nada recomendada. Os rebocos das paredes já começaram a cair, o telhado apresenta falhas, e as cadeiras as vezes são improvisadas, para acomodar os alunos em algumas atividades. Banheiros e cantinas são formam uma cena bonita de se ver.

E se fossem os problemas estruturais os únicos na escola, menos mal. Contudo, a taxa de distorção série-idade é um problema para os professores, que dão aula para turmas com alunos de 9, 10 e também 12 anos. "Na nossa turma temos duas crianças especiais, e muitos chegam no 2º ano ainda sem saber ler e escrever, um problema frequente em nossas turmas, explica a professora Ilda.

Alunos dividem sala de aula com carro de mão e materiais de limpezaAlunos dividem sala de aula com carro de mão e materiais de limpeza

Na mesa, percebemos e pedimos para ver os carbonos das folhas para mimeógrafo que a professora usa para reproduzir as tarefas da classe. A máquina de xerox quebrou e ainda não há previsão para conclusão do reparo. Sendo assim, o jeito é improvisar. "Nem faço mais nada nas minhas unhas, o estêncil deixa nossas mãos todas tingidas", comenta a professora.

Professora ainda usa folhas de estêncil para fazer as cópias das tarefas dos alunosProfessora ainda usa folhas de estêncil para fazer as cópias das tarefas dos alunos

Felizmente a merenda escolar está em dia, e os alunos estão recebendo o fardamento para assistirem as aulas. "Aqui se vier sem farda volta para casa, mas todos eles recebem, e não precisam pagar nada. Pena que muitas famílias não tem condição de pagar um calçado adequado, mas o que podem, eles fazem para os seus filhos".

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REPÓRTERES: Apoliana Oliveira e Fábio Carvalho/180graus

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