O Piauí possui 50 pontos de exploração sexual de adolescentes e crianças ao longo das rodovias. O dado faz parte de um levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF), conhecido como “Mapear”. Os números mostram o maior risco desse tipo de crime em cada região, sendo que a maioria dos pontos é perto das cidades.
Segundo o Mapeamento dos Pontos Vulneráveis à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes nas Rodovias Federais Brasileiras, o Estado possui 34 pontos críticos, 9 pontos considerados de alto risco, 7 de médio risco e nenhum de baixo risco. O inspetor da PRF no Piauí, Raimundo Rameiro, comenta que os pontos levantados pela Polícia Rodoviária Federal se localizam, em sua maioria, nos postos de combustíveis.
“Geralmente são locais onde têm paradas de caminhoneiros, como postos fiscais, pousadas e postos de combustíveis”, comenta, ao ressaltar que esse mapeamento pretende provocar, no governo, ações de combate a essa questão.
Além disso, seguindo os resultados do levantamento, a PRF vem planejando a realização de operações de repressão nesses pontos. “Vamos realizar uma série de operações envolvendo o infanto-juvenil. Não vamos divulgar esses pontos de exploração sexual para que o trabalho seja feito de forma eficiente e esses crimes sejam reprimidos”, completa o inspetor.
1,7 mil locais de risco no Brasil - Em todo o Brasil, são mais de 1,7 mil locais de risco de exploração sexual de menores nas rodovias federais. Nos últimos sete anos, 3,8 mil adolescentes e crianças estavam em situação de perigo e foram encaminhados para Conselhos Tutelares e órgãos de proteção. Só em 2013, 405 menores foram resgatados. A maioria na Bahia, no Paraná e em Minas Gerais.
O levantamento tem se constituído, junto com a base de dados do Disque Direitos Humanos – Disque 100, em ferramenta estratégica para a gestão das políticas públicas de enfrentamento dessa violação dos direitos da infância e adolescência no Brasil. Através dessas informações, os gestores governamentais e a sociedade civil organizada podem identificar cenários e organizar ações tanto para proteger crianças e adolescentes vítimas da violência sexual quanto para responsabilizar seus agressores.
Fonte: Meio Norte