A execução do Programa Intervenção Escolar, que reforça o ensino dos estudantes da rede pública estadual de ensino nas disciplinas de Português e Matemática fazendo uma avaliação a cada segundo semestre dos professores e alunos e o pagamento de R$ 400,00 por ano aos estudantes do ensino médio para que não abandonem as salas de aulas, principalmente nos primeiro e segundo anos, estão revolucionando a educação no Piauí, que teve em 2013, seu melhor ano, e mudando os indicadores, o que está espantando o país, que sempre espera de um Estado pobre apenas as piores notícias.
É o que informa o secretário estadual de Educação, Átila Lira, em longa entrevista ao Jornal Meio Norte.
“Nós fizemos nos últimos três anos o Programa de Intervenção Pedagógica. Durante três anos, nós fizemos intervenção pedagógica. A gente seleciona professores de português e matemática e trabalha os alunos nessas duas linguagens. Durante três anos nós fizemos isso. Isso repercute.
Em todas as escolas da rede de ensino do Estado. É um programa permanente em cima dos professores. Isso é a única coisa nova que implantamos foi a Intervenção Pedagógica. A gente trabalha o professor no segundo semestre. Todos os professores do Estado e em cima de todos os alunos. É uma avaliação feita todos os anos pelo Governo do Estado. Aí reforçamos as aulas dos alunos. A avaliação permite que a gente conheça aluno por aluno. E a gente trabalha esse aluno fragilizado. Você acompanhando o que o aluno está fazendo e o que não está fazendo, pode motivá-lo mais”, explica Átila Lira.
Meio Norte – Por que o ano de 2013 foi excepcional para a educação no Piauí?
Átila Lira – Foi positivo por vários aspectos. Nós conseguimos atingir as metas estabelecidas pelo Governo Wilson Martins. As escolas de tempo integral com jornada de nove horas diárias , que nós tínhamos 18 em 2011, hoje nós temos 41 escolas com jornada de nove horas diárias. Nós tínhamos no início do governo 130 escolas do Programa Mais Educação, ou seja, com tempo integral de sete horas diárias em temos em 2013, 230 escolas com regime de carga horária de sete horas por dia, com dois professores de reforço, de Português e Matemática, monitores e todos os dias da semana tem aula do Mais Educação. Nós também conseguimos aumentar o número de escolas de ensino profissional. Nós tínhamos 10 mil alunos em 2011 e hoje nós temos 22 mil alunos. Nós tínhamos 36 escolas de ensino profissional e hoje nós temos 68 escolas, além do mais, nós conseguimos implantar os programas de permanência na escola em 40 municípios pagando uma bolsa para cada aluno. Cada aluno recebe uma bolsa anual de R$ 400,00, que é uma poupança escolar para que o aluno permaneça, compareça e tenha bom desempenho. O governador Wilson Martins criou esse incentivo em 40 municípios que têm os menores Idebs (Índice de Desenvolvimento) do Ensino Básico). Vamos pagar esse dinheiro em janeiro de 2014, após a avaliação. São 10 mil alunos beneficiados. Outra coisa importante é que o governo conseguiu já fazer a seleção dos alunos do intercâmbio. São 120 alunos. Agora em janeiro, eles já vão para Espanha, Chile e Argentina, onde vão aprender língua espanhola e vão para os Estados Unidos, Canadá e Nova Zelândia os que vão estudar língua inglesa.
Meio Norte – Em quantas escolas foram implantada a mediação tecnológica?
Átila Lira -Conseguimos também implantar integralmente a mediação tecnológica em 300 escolas, com 11 mil alunos e agora nós implantamos um curso de ensino profissional à distância de técnicos em desenvolvimento infantil para os cuidados iniciais das crianças. É um curso de educação profissional muito interessante porque vai preparar profissionais do ensino médio para cuidar de crianças de zero a cinco anos, criancinhas mesmo, recém-nascidos. Esse curso é empregador e é útil porque as famílias precisam de um profissional qualificado para cuidar das crianças. Agora, nós tivemos um ano sem nenhuma greve. Isso ajudou bastante a dar estabilidade à vida nas escolas. A greve é um fator que altera muito o dia a dia das escolas.
Meio Norte – Por que?
Átila Lira – Porque com a greve a escola não tem atividade. As crianças ficam sem frequentar as escolas, não há planejamento escolar, o calendário escolar de um ano vai para dois anos. Até hoje, nós estamos tentando corrigir os problemas que nós tivemos em 2012 porque o calendário escolar passa de um ano para o outro. A greve é realmente um problema.
Meio Norte – Como a Secretaria Estadual de Educação conseguiu evitar as grevcs?
Átila Lira – O governador Wilson Martins se dedicou à essa questão e determinou que os órgãos de financiamento do Estado que tratam da questão de pessoal adotasse o novo piso e isso nunca mais teve problema. É certo que o governador já acertou pra 2014 o piso que o Governo Federal estabelecer, o Governo do Estado vai acompanhar. Esse piso terá aumento de 8,3% e o Piauí já paga, inclusive, o valor equivalente ao novo piso. O piso que vai ser estabelecido pelo Governo Federal o Piauí já paga hoje.
Meio Norte – Qual o valor?
Átila Lira – O pico de R$ 1.814 é o do Governo do Estado, o piso do Governo Federal é um pouco menor. O que é certo que isso vai dar condições para ser ter uma paz trabalhista que permite que a gente possa trabalhar o ano todo. Já fizemos as eleições de diretores em 2013 e os diretores tomarão posse no início de janeiro de 2014.
Meio Norte – Como ficou o piso dos professores no Piauí?
Átila Lira - Foi publicada por meio da Portaria Interministerial nº 16 a nova estimativa de custo aluno do Fundeb para 2013 que serve de referência para a correção do piso salarial do magistério em 2014. O critério utilizado pelo MEC para atualizar o piso, em 2014, compara a previsão de custo aluno anunciada em dezembro de 2012 (R$ 1.867,15) com a de dezembro de 2013 (R$ 2.022,51), sendo que o percentual de crescimento entre os valores foi de 8,32%, passando o piso à quantia de R$ 1.697,37. Desde 2011, o Governo do Estado vem mantendo a implantação do piso estadual de acordo com o nacional. E o mesmo deve acontecer em 2014. O Piauí seguirá a porcentagem estabelecida pelo MEC, garantindo que os professores da Rede continuem recebendo o Piso Salarial estabelecido que, atualmente no Estado, é maior que o Piso Nacional. Em termos comparativos, o piso salarial pago pelo governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Educação e Cultura , chega a ser 15,8% maior que o valor estipulado pelo Mec. Isso mostra nosso compromisso, do governador Wilson Martins e da Seduc, com a educação e com os servidores. Estamos sempre procurando formas de garantir a melhoria da qualidade do ensino ofertado e a satisfação de todos os trabalhadores que fazem a Educação no Piauí.
Meio Norte – Algumas vezes é preciso pagar, com uma poupança, para que o aluno possa ter um bom desempenho?
Átila Lira – Não é só pelo bom desempenho. É para que ele permaneça em sala de aula, não abandone. O abandono escolar no ensino médio é muito grande, principalmente entre o primeiro ano e o segundo,
Meio Norte – Os pais não têm mais controle dos alunos do ensino médio, já que no ensino fundamental, a frequência é garantida pelo pagamento do Bolsa Família aos pais.
Átila Lira – Exatamente. A Bolsa Família vincula muito o aluno â escola. Na verdade a bolsa de R$ 400,00 que nós estamos pagando é uma Bolsa Família do Governo do Estado só que para o ensino médio , Hoje, o Bolsa Família só chega até o ensino fundamental.
Meio Norte – Quais têm sido os resultados?
Átila Lira – Dos indicadores que nós temos é que melhorou a frequência.
Meio Norte – Quando começou esse programa?
Átila Lira – No início de 2013.
Meio Norte – Esse êxito da educação no Piauí não destrói dois mitos. O que pais pobres não têm interesse na educação dos filhos e de pais sem instrução não têm filhos com bom desempenho escolar?
Átila Lira – Existe duas verdades aí. A escolaridade do pai ajuda na escolaridade dos filhos., Isso continua como verdade. Agora você quebra isso quando você adota políticas compensatórias. No caso, se você melhora a pré-escola, você compensa a falta de escolaridade do pai. A escolaridade na pré-escola ajuda a substituir a questão da família. Eu acho que a afirmação de que pais pobres não têm interesse na educação dos filhos nunca foi verdade. As famílias pobres veem na educação um símbolo de prosperidade. Isso a gente nota, o interesse dos pais para que os filhos possam estudar no sentido da mudança social.
Meio Norte – O que o senhor responde quando perguntam como é que o Piauí, um Estado tãom pobre está tendo um bom desempenho na educação.
Átila Lira – Eu respondo que é porque temos boas escolas. Quando o Estado tem boas escolas produz isso.
Meio Norte – O senhor responde muitas perguntas desse tipo?
Átila Lira – Muitas.
Meio Norte – Como as pessoas falam?
Átila Lira – Perguntam muito. Eu digo que em quase todos os lugares do Piauí tem uma boa escola. A gente responde que a ampliação de jornada contribui para que as melhores tenham melhores resultados.
Meio Norte – No início de sua administração, o senhor falava que a Finlândia tinha a melhor educação do mundo, segundo os resultados do PISA, prova internacional aplicada entre os estudantes de 15 anos sobre escrita, matemática e ciência e ia enfatizar o ensino dessas disciplinas para que o Piauí conseguisse um bom resultado no PISA. O senhor conseguiu?
Átila Lira – Há muitos anos se trabalha português e matemática. O PISA é sobretudo português e matemática. Ciências, no momento seguinte. Português e matemática estão em todos os programas educacionais feitos pela Secretaria Estadual de Educação nos últimos dez anos. É um trabalho em português e matemática.
Meio Norte – Existe um dificuldade do ensino da escrita e da matemática no mundo todo. Como os senhores conseguiram resolver essa questão?
Átila Lira – Tem alguns programas educacionais que têm dado certo como o Mais Educação, a formação dos professores do Pafor, que ajuda muito. Nós temos hoje uma legião de professores estudando. Eu acho que em toda cidade do Piauí tem uma boa escola. Toda a cidade tem uma escola de referência.
Meio Norte – Por qual razão?
Átila Lira – Os programas de avaliação começaram a mostrar os resultados das escolas e eles hoje se sentem até obrigadas a melhorar. Com a implantação da avaliação, as escolas e a comunidade têm o resultado dessa avaliação. Quando se implanta o tempo integral se faz muito investimentos em carteiras novas, em quadras, em bibliotecas, em salas de aulas. É uma verdadeira mudança. Nós fizemos nos últimos três anos o Programa de Intervenção Pedagógica. Durante três anos, nós fizemos intervenção pedagógica. A gente seleciona professores de português e matemática e trabalha os alunos nessas duas linguagens. Durante três anos nós fizemos isso. Isso repercute.
Meio Norte - Em quantas escolas?
Átila Lira – Em todas as escolas da rede de ensino do Estado. É um programa permanente em cima dos professores. Isso é a única coisa nova que implantamos foi a Intervenção Pedagógica. A gente trabalha o professor no segundo semestre. Todos os professores do Estado e em cima de todos os alunos. É uma avaliação feita todos os anos pelo Governo do Estado. Aí reforçamos as aulas dos alunos. A avaliação permite que a gente conheça aluno por aluno. E a gente trabalha esse aluno fragilizado. Você acompanhando o que o aluno está fazendo e o que não está fazendo, pode motivá-lo mais.
Fonte: Meio Norte