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Prova disso são as 7 medalhas de ouro, 6 de prata, 30 de bronze e 483 menções honrosas que fizeram o Estado manter a boa posição.

O ensino público do Piauí tem avançado de forma constante nos últimos 3 anos. Com índices positivos e crescimento notório nas diversas áreas de ensino, é na disciplina Matemática que os alunos piauienses mais têm se destacado.

Prova disso são as 7 medalhas de ouro, 6 de prata, 30 de bronze e 483 menções honrosas que fizeram o Estado manter a boa posição de outras participações na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), consolidando o Piauí como um dos maiores campeões da competição.

No interior do Estado, a cidade de Cocal dos Alves é um fenômeno quando se fala de Matemática. Localizada a 262 quilômetros de Teresina, o município com pouco mais de cinco mil habitantes, tem na agricultura a principal atividade econômica. Possui 2 escolas, uma de ensino fundamental e uma de ensino médio, e uma característica: é berço de campeões em competições de conhecimento.

Com menos de dez anos de existência, a escola de Ensino Médio Augustinho Brandão já acumula vários prêmios em competições. Na Obmep, por exemplo, conquistou mais de 20 medalhas – o que faz da instituição uma das mais premiadas do Brasil.

José Márcio Machado de Brito, de 16 anos, cursou o ensino fundamental na Escola Municipal Teotônio Ferreira Brandão, e este ano começou o ensino médio na Escola Estadual Augustinho Brandão. Na Obmep, conquistou duas medalhas de bronze (2009 e 2012) e três de ouro (2010, 2011 e 2013).

Segundo ele, as Olimpíadas atraem por serem diferentes da Matemática na sala. “Para as Olimpíadas, a gente estuda uma Matemática mais escrita, não usamos uma fórmula sem saber de onde ela veio. A gente escreve porque aquela fórmula é usada na questão”, explica o aluno.

Ele conta que, desde 2009 participa de um grupo de estudo que, nos fins de semana, tem aulas específicas para a Obmep. Dadas pelo professor Antônio Amaral, José Márcio considera que “essas aulas extras foram fundamentais para que eu conseguisse medalhas nas cinco vezes em que participei da Olimpíada. A Obmep foi e tem sido um grande incentivo para ir em frente. Foi por meio dela que descobri que gostava de matemática”, diz.

“Os alunos se preocupam com a Matemática mais descritiva”, completa o professor Amaral. “Isso os ajuda a, por exemplo, fazer uma redação e compreender textos”. A outra lição do professor é simples: ele acredita que o compromisso de cada um com a educação pode fazer a diferença. “Comprometimento, acima de tudo, e ainda mais preocupação. Ter a capacidade de se colocar no lugar dos alunos, conhecer as suas dificuldades e tentar superar tudo isso”, explica Amaral.

Projeto

O governador Wilson Martins reuniu-se com o professor Amaral para tratar sobre projeto de melhoria do ensino de matemática nas escolas da rede pública estadual de ensino.

A ideia do governador Wilson Martins é desenvolver um projeto que, através da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e da Fundação de Amparo e Apoio à Pesquisa do Piauí (Fapepi), possa utilizar a experiência de pesquisadores da área de metodologia do ensino de matemática, como Amaral, para capacitar os professores de educação básica da rede estadual.

Segundo o secretário de Estado da Educação, Átila Lira, há possibilidade de o projeto ser estendido também ao ensino de Língua Portuguesa. "Nossa ideia é conseguir dar um reforço ao ensino dessas duas disciplinas, implementando essas metodologias estudadas por esses pesquisadores, aplicando-as na sala de aula", explicou.

Índices comprovam melhoria no ensino

Outro fator de destaque é o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) que avalia, a cada três anos, estudantes na faixa dos 15 anos, idade em que se pressupõe o término da escolaridade básica obrigatória na maioria dos países.

O resultado geral do Pisa 2012 divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep) classifica o Piauí em 11º lugar, no contexto de 27 estados brasileiros participantes do referido programa de avaliação institucional.

O Estado participou dessa última edição do Pisa, com aplicação de avaliação em 20 municípios e 37 escolas, abrangendo uma média de 344 alunos. Segundo o secretário Átila Lira, o apoio do Governo do Estado foi fundamental para que as avaliações fossem aplicadas a contento, tanto no apoio logístico, no que se refere à sensibilização e responsabilidade de todos os gestores, professores, pais e alunos envolvidos, quanto na infraestrutura necessária para que as escolas tivessem as condições básicas exigidas pelo consórcio internacional, especialmente na execução da prova eletrônica do referido programa de avaliação.

“No contexto nacional, o Piauí teve um crescimento considerável, uma vez que em 2009, estávamos em 21º lugar e hoje ocupamos o 11º lugar, sendo o segundo na Região Nordeste”, comemora o secretário.

Outros índices de avaliação utilizados no estado, como o Saepi, Saeb e Ideb, dão conta de um aumento significativo no rendimento dos alunos, não só em Matemática, mas também em Português e Ciências.

Programas ajudam no aprendizado

Programas como o Mais Educação, que apoia atividades desenvolvidas nos macro campos de acompanhamento pedagógico: educação ambiental; esporte e lazer; direitos humanos em educação; cultura e artes; cultura digital; promoção da saúde; comunicação e uso de mídias; investigação no campo das ciências da natureza e educação econômica, têm mudado a realidade de milhares de estudantes do Ensino Fundamental.

De acordo com Sylvya Suzane, coordenadora do programa Mais Educação da Seduc, jogos matemáticos são aplicados na educação dos jovens que participam do programa. “Não dá para negar a transformação significativa que trouxeram, tornando assim a aprendizagem mais divertida”, esclarece a coordenadora.

Ela explica que a Matemática vai além de contar. Ela permite um relacionamento com outras áreas do conhecimento e os jogos são fortes aliados para que os alunos adquiram habilidades, tais como: capacidade de trabalho em grupo, iniciativa pessoal, raciocínio lógico e criatividade, formando assim, jovens mais capacitados.

Pouco a pouco, a estratégia de usar jogos vinculados com o ensino da Matemática vem ganhando adeptos. Assuntos como a geometria, ficam bem mais prazerosos de aprender e os alunos assimilam o conteúdo com maior facilidade.

A Unidade Escolar José Amável, localizada no bairro São João, em Teresina, é uma das escolas que já têm o Programa implantado e realizam atividades voltadas ao ensino de Matemática.

A escola, pioneira nessa comemoração do dia nacional da Matemática, pretende colocá-la no calendário anual de atividades. "Queremos chamar a atenção e estimular outras escolas a fazer o mesmo, tendo em vista a grande importância desta disciplina para o currículo dos nossos alunos", finaliza Luis Carlos.

Fonte: Ascom
Imagem: João Pio
Professor Amaral(Imagem:João Pio)
Professor Amaral em Cocal de Alves