“Um homem identificado como Reginaldo foi morto a tiros quando estava em uma loja de conserto de motos no bairro Todos os Santos”. “Rapaz identificado como Jackson dos Santos foi assassinato a tiros no bairro Alto da Ressurreição, zona Sudeste”. Esses foram apenas dois dos 40 homicídios registrados em Teresina somente nos primeiros 20 dias de janeiro. Os índices assustam os teresinenses, mas, apesar disso, autoridades de segurança pública do Estado consideram “normal” as estatísticas.
O secretário estadual de Segurança Pública, Robert Rios Magalhães, comentou que, tradicionalmente, os meses de dezembro e janeiro são os meses que mais registram homicídios no Estado. “Isso não é novidade. Todo mês de janeiro temos esse aumento no número de homicídios. Se a gente analisar, mais de 90% dos casos estão relacionados ao uso de drogas”, comentou.
Rios argumentou que, nos meses de dezembro e janeiro, os jovens estão de férias escolares e que o consumo de drogas, lícitas e ilícitas, amplia consideravelmente. “As escolas fechadas porque estão de férias, vem gente de outros Estados porque estão de férias, aumenta o número de baladas e, consequentemente, o consumo de drogas, tanto o álcool quanto outros tipos. Com isso, aumenta o número de homicídios”, relaciona.
Secretário de Segurança diz que dezembro e janeiro são os meses que mais registram mortes
Segundo o comandante de Policiamento da Capital, coronel Alberto Menezes, as estatísticas, sobretudo nas duas primeiras semanas do mês foram ainda mais alarmantes. Só na primeira semana de 2014 foram contabilizados pela Polícia Militar 19 homicídios no perímetro urbano de Teresina, o que dá uma média de dois a quatro por dia. No primeiro domingo do ano, foram exatos seis assassinatos. “È uma taxa anormal. Temos uma média de 2 a 3 homicídios por final de semana. E em um único dia registramos seis casos. Não sabemos o porquê dessas taxas” , comentou.
O comandante também atribuiu o elevado número de homicídios ao uso de drogas e cobrou uma postura mais incisiva do Governo Federal, sobretudo no reforço das fiscalizações de barreiras. “A droga que entra no Piauí vem de outros Estados. Precisamos intensificar as fiscalizações nas barreiras para evitar que a droga entre e se prolifere no Estado”, pontuou.
Menezes chamou atenção ainda à facilidade em se obter armas. “Há uma certeza de impunidade por parte dos bandidos. São presos por porte de arma, por exemplo, pagam fiança e são liberados. Precisamos fortalecer a punição por porte de armas e agilizar o julgamento dos processos. Caso contrário, teremos ainda muitos números nessas estatísticas”, lamentou.
Fonte:Mayara Martins - Jornal O DIA
Foto: Elias Fontelene/O Dia