O promotor Roberto Senise Lisboa, da Promotoria do Consumidor do Ministério Público de São Paulo, afirmou nesta sexta-feira (14) que a investigação do "caso Héverton" fez com que o órgão descobrisse uma fraude de até R$ 600 milhões envolvendo o banco Banif, ex-patrocinador da Portuguesa.
A fraude não está relacionada, a princípio, com a polêmica envolvendo a queda da equipe para a Série B do Campeonato Brasileiro. Segundo Senise, o banco está sendo investigado por crimes em operações casadas, porque há indícios de que a instituição financeira emprestou dinheiro para empresas usando contas de pessoas físicas.
De acordo com o relato do promotor, foi o que aconteceu com a Portuguesa depois de Manuel da Lupa assumir a presidência do clube, em 2005. Ele e seu vice na época, Roberto Cordeiro, abriam contas de pessoa física para conseguir empréstimos do Banif, que então era presidido por um conselheiro da Portuguesa, para pagar dívidas do clube.
Luiz Iaúca assumiu a vice-presidência da Portuguesa e continuou a executar a operação. Em 2013, o Banif de Portugal interveio na administração brasileira para começar a cobrar as dívidas do clube – cerca de R$ 40 milhões, feitas em nome de Da Lupa e Iaúca.
Ainda segundo Senise, a promotoria descobriu casos de empresas que faziam operações semelhantes com o banco. O ato está sendo investigado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público de São Paulo.
Mesmo advogado para Portuguesa e Da Lupa
A investigação levou o MP a descobrir outro caso envolvendo o ex-presidente da Portuguesa e o banco Banif, com crime de patrocínio infiel.
Segundo Senise, o clube se apresentou ao tribunal para alegar que a dívida contraída por Manuel da Lupa era na verdade da própria Portuguesa. De acordo com o promotor, no entanto, o advogado que defendia o clube estava agindo em nome de Da Lupa, o que configuraria em patrocínio infiel. O suposto crime também será analisado pelo MP.
Caso Héverton
Sobre as investigações do caso Héverton, Roberto Senise Lisboa alegou que está procurando indícios de que algum dirigente da Portuguesa tenha levado vantagem financeira com a queda da equipe para a segunda divisão, favorecendo o Fluminense, que havia sido rebaixado.
O promotor disse ter apresentado um recurso para tentar conseguir a liminar que devolveria os pontos à Portuguesa até o final da ação pública sobre o caso, liminar que inicialmente foi negada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Fonte:Uol Esportes