Matéria / Polícia

População passa a reagir a assaltos e a matar bandidos

05/05/2014 | Edivan Araujo
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A impunidade e a leniência do aparelho policial e judicial contribuem para o aumento da criminalidade no Piauí e em todo o país. Agora, o descrédito nas instituições de segurança e na Justiça está levando à população a fazer justiça com as próprias mãos, reagindo a assaltos e outros delitos, apesar das recomendações feitas em contrário pelas autoridades.
Nos últimos dois anos, o tere-sinense tem reagido a assaltos cada vez com mais frequência. E geralmente com uma violência que choca a própria população e coloca em alerta as autoridades de segurança. Por conta dessas reações, vários acusados de autoria desses delitos perderam suas vidas. Mas vale ressaltar que alguns cidadãos também foram mortos pelos bandidos.
O Diário do Povo fez um levantamento e constatou que dezenas casos de reação a atos de violência foram registrados de 2013 para cá, resultando em morte de acusados e tentativas de linchamento. Entre os casos, destacam-se a perseguição e morte por atropelamento a um assaltante, na zona Leste, e o linchamento de um jovem na zona Norte, que acabou morrendo ao ser levado para o hospital,há duas semanas, passando pelo assassinato de dois homens que tentavam invadir uma residência na zona Leste, semana passada.
PERSEGUIÇÃO E MORTE – No início de 2013, um dos episódios mais chocantes e violentos foi registrado no bairro Morada do Sol, na zona Leste de Teresina. Uma jovem saía de um salão de beleza quando foi abordada pelo elemento identificado como Rafael da Costa Barros, 30 anos, que residia no povoado São João, na área da Grande Santa Teresa. Ele estava numa moto. Indignada com o assalto, ela passou a persegui-lo em seu veículo, modelo Sentra, até a Vila Uruguai, onde o acusado saiu da rua e entrou num terreno baldio para fugir à perseguição.
Em fúria, a mulher avançou sobre o terreno, derrubou a mureta de madeira e arame que contornava a área e o atropelou. O homem morreu no local. O corpo de Rafael Barros foi removido para o Instituto de Medicina Legal (IML), onde foi examinado e depois liberado para o velório. A acusada se apresentou alguns dias depois na delegacia do 11º Distrito, onde prestou depoimento. Trinta dias depois, os autos do inquérito foram encaminhados para o Ministério Público.
De acordo com os levantamentos feitos pela polícia, antes de assaltar a vítima que o perseguiu, Rafael Barros havia assaltado a vendedora Ronivalda Gomes, que o reconheceu após o “acidente” como sendo o rapaz que havia lhe atacado na avenida Nossa Senhora de Fátima, próximo à Universidade Federal do Piauí.
 
Diário do Povo

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