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Cresce os casos de esquistossomose em Picos

08/07/2011 |
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Por Maria Moura: Mais conhecida por barriga dágua, a esquistossomose voltou a assombrar a população picoense nos últimos dias. Cinco casos já foram confirmados pelo Centro de Controle do Zoonoses de Picos.

A doença foi identificada em uma família que chegou recentemente de Quipapá, cidade pernambucana localizada a 700 quilômetros de Picos, por isso os profissionais do Centro de Controle acreditam que a doença tenha migrado desta cidade e já alertaram os órgãos responsáveis.

A esquistossomose é provocada pelo Schistossoma mansoni, que tem a espécie humana como hospedeira definitiva, e caramujos de água doce do gênero Biomphalaria, como hospedeiros intermediários. Os sintomas surgem depois de aproximadamente cinco semanas de contato com as larvas; os principais são a diarréia, febres, cólicas, dores de cabeça, náuseas, tonturas, sonolência, emagrecimento, endurecimento e o aumento de volume do fígado e hemorragias que causam vômitos, além do escurecimento das fezes.

Nas causas principais estão as más condições de saneamento básico. “Quando alguém está infectado e defeca ou urina em um local inadequado próximo a fontes de água ou que não tenha uma fossa séptica em casa e o bolo fecal acabe indo parar em rios, córregos ou lagos, os ovos do schistossoma eclodem na água e penetram em um caramujo, saindo apenas quando já estiverem em forma de larva. Quando essa larva tem a oportunidade, ela penetra na pele humana, infectando outra pessoa”, explicou o diretor do Centro de Controle de Zoonoses Agenor Martins.

A identificação é feita a partir do recolhimento de amostras fecais analisadas em laboratório. Após identificado algum caso, a equipe externa que trabalha fazendo as visitas domiciliares volta à residencia da família contaminada e recolhe novas amostras de material para que seja comprovada a existência da doença. Em seguida a equipe do Programa de Saúde da Família é notificada e o tratamento é iniciado.

A prevenção é feita a partir da identificação e tratamento das pessoas com a doença, e medidas como o saneamento básico, combate aos caramujos, e informação à população de risco são fundamentais. Também é aconselhado que o contato com águas de enxurradas e águas com suspeita de contaminação sejam evitados.

Riachaonet

Imagem: Maria Moura

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