O prefeito Zé Néci (PT), do município de São Julião, região Sul do Piauí, teve seu mandato cassado em primeira instância no Fórum da cidade de Fronteiras. O processo foi pedido pelo então vereador Emídio Reis, que foi assassinado pouco depois em decorrência dos desdobramentos do processo.
Emídio Reis (PMDB) que era oposição na cidade foi eleito vereador com a segunda maior votação. Na época, ele acusou o prefeito e o vice-prefeito de captação ilícita de sufrágio e abuso do poder econômico, neste caso, compra de votos. O Ministério Público Eleitoral da 40ª Zona em uma primeira decisão considerou os gestores inelegíveis, aplicou multa e pediu o afastamento imediato e a realização de novas eleições. O prefeito recorreu da decisão.
Após a morte de Emídio Reis, o vice-prefeito foi preso acusado de ser o mandante, além dele, o suposto agenciador Joaquim Pereira Neto e os acusados de serem os executores: Antonio Sebastião de Sá, José Gildásio da Silva Brito e Válter Ricardo da Silva.
ENTENDA O CASO
Em 31 de janeiro, o ex-vereador Emídio Reis foi assassinado após ser torturado por três pistoleiros que o conduziram a um matagal, num município da Região de Picos. O político tinha em mãos uma documentação que seria usada como prova para denunciar que o prefeito e o vice de São Julião haviam combinado a troca de cargos após dois anos de mandato. Zé Neci deixaria a prefeitura para Francimar Pereira assumir.
O vice-prefeito acabou sendo preso em uma operação coordenada pelo Grupo de Repressão ao Crime Organizado junto com mais quatro pessoas, acusados de envolvimento com a morte de Emídio.
Após as prisões, o próprio prefeito Zé Neci, em entrevistas, confirmou que o cargo da prefeitura havia sido negociado, o que apesar de não configurar crime eleitoral, não foi visto com bons olhos pelos eleitores da cidade, que agora se manifestam pela CPI.]
Fonte: 180graus