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Compulsão por redes sociais agora tem nome e pode trazer sérios prejuízos

Essa atividade já se tornou uma compulsão, e hoje já é tema de grandes pesquisas na área

14/07/2014 | Edivan Araujo
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Atualmente é comum ver as pessoas conectadas a cada minuto do dia nas redes sócias através do aparelho celular. Essa atividade já se tornou uma compulsão, e hoje já é tema de grandes pesquisas na área. Segundo o professor de psicologia social da Universidade Federal do Piauí, Denis Carvalho, esse impulso em sempre mexer no aparelho celular, já pode ser considerado doença, e que também já tem nome: Nomofobia. 
Denis Carvalho é pesquisador, e tem acompanhado várias pesquisas no âmbito geral das tecnologias, voltados principalmente aos aparelhos eletrônicos, como celulares, computadores e tabletes.

“Já existem hoje vários estudos voltados para essa área. Nos Estados Unidos, por exemplo, já existem orientações para que as crianças em torno dos dois anos de idade, não entrem em contato com esses aparelhos, para que elas possam brincar de forma natural, pois já é provado que o uso cedo e excessivo das tecnologias podem trazer grande prejuízos para os usuários”, explicou.

O Portal AZ entrevistou uma pessoa que já se considera usar excessivamente o aparelho celular para sempre está atento às redes sociais. Ela, que não quis se identificar, traçou seu perfil, explicando como é sua rotina:

“Meu dia já começa comigo mexendo cedo no celular. Primeiro eu olho as mensagens no WhatsApp. Depois de tomar café eu olho as atualizações do facebook. Na faculdade eu sempre estou online, para ficar atentas as mensagens. Em casa, com minha família, eu assisto televisão, sem largar o celular. Eu mexo no aparelho até tarde, durmo por volta das 2h30 da madrugada”, detalhou sem querer ser identificada.

Mundo real X virtual 
O professor Denis Carvalho já teve contanto com a mais recente pesquisa na área, que seria a compulsão de pessoas em expor sua vida pessoal nas redes sociais, publicando, por exemplo, fotos de tudo o que ver, ou o que faz.

“Já tem casos até de suicídio aqui em Teresina, relacionado à exposição de fotos e acontecimentos da vida pessoal de alguém. Também tem os casos das adolescentes que compartilhando suas próprias fotos intimas nas redes sociais, como uma forma de se promover”, lembrou o Dennis.

Tratamento
Denis Carvalho ressaltou os resultados de algumas das pesquisas, e segundo ele, o hábito por mexer no celular e estar sempre ligado nas redes sociais onde quer que esteja, normalmente acontece com pessoas tímidas e que mantêm dificuldades em se relacionar no meio em que vive. Com isso, cria-se a compulsão pelos sistemas eletrônicos e que deve-se ser tratado.
“Aqui no Brasil já existe dois lugares com tratamentos voltados especificamente para essa área, que é o Hospital das Clinicas da USP e o hospital Albert Einstein, em São Paulo. Lá são feitos tratamentos psicoterapêuticos com crianças e adolescentes, em que são realizadas procedimento de abstinência, tirando o aparelho eletrônico do paciente”, detalhou.

A personagem desta matéria, através dos seus relatos, confirmou que a dificuldade em se relacionar com as pessoas ao seu redor, aumenta significativamente seu desempenho nas redes sócias. Segundo ela, é mais fácil conversar pelo celular do que pessoalmente. “Acho-me tímida para fazer amizades, às vezes um pouco fechada, tímida mesmo. Sou do tipo que faço amizades mais rápido pelo celular que pessoalmente”, disse. 

Com isso, Dennis carvalho relata que é importante se desapegar por algum momento do aparelho, para se socializar com pessoas próximas a você, e vivenciar mais os momentos do presente, do que da vida virtual. “Os tratamentos aqui no Brasil já são voltados para um desapego dos aparelhos eletrônicos. Como são atendimentos especialmente a crianças e adolescentes, é essencial o acompanhamento dos pais, e a compreensão deles, para que o uso das tecnologias seja reduzido”, finalizou.

Fonte: Portal Az 

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