O Museu Ozildo Albano, passará até o final do mês de setembro por um processo de reestruturação para receber o acervo arqueológico encontrado durante a instalação de duas linhas de transmissão de energia elétrica que atravessam os estados de Pernambuco, Ceará e Piauí. O projeto, encabeçado pelas empresas responsáveis pela instalação das linhas, tem impacto direto no museu. Para tanto, estiveram na cidade de Picos nos dias 18 e 19 de julho conversando com os responsáveis pelo museu a professora Doutora em História, Josiane Roza de Oliveira e Idemar Ghizzol, museólogo conservador e restaurador.
Durante a reestruturação, será elaborado o Plano Museológico do Museu Ozildo Albano, que faz parte da estrutura organizacional da Fundação Cultural do Piauí (Fundac). No dia (14|07), técnicos da Antrópica Consultoria Científica, responsável pela prospecção e repatriação do acervo, estiveram na Fundac, em reunião com a presidente, Bid Lima, para explicar o projeto, que é uma exigência da legislação federal que regulamenta a realização de grandes obras, com impacto no subsolo, caso da instalação das linhas de transmissão.
Segundo a historiadora especialista em Patrimônio Cultural, Josiane Roza, da Antrópica Consultoria, o projeto inclui melhorias na infraestrutura física, mobiliário e equipamentos, além de reforço na identidade visual do Museu Ozildo Albano. “O museu de Picos foi escolhido para receber o acervo porque era o que reunia, em toda a região, as melhores condições. Por lei, todo o material decorrente do salvamento arqueológico nessas obras de grande impacto deve ser repatriado para o seu local de origem”, comenta.
Antes da repatriação, porém, a lei exige uma adequação da infraestrutura local para receber o acervo. Josiane Roza e Idemar Ghizzo, museólogo conservador e restaurador também da Antrópica Consultoria, empresa do Rio Grande do Sul contratada para salvamento e análise do material, ministraram durante esses dois dias, oficinas de Elaboração de Plano Museológico para a equipe de Ozildo Albano, em Picos. Também estão previstas capacitações sobre Arqueologia e Conservação Museológica, que serão ministradas ao longo do processo de reestruturação do museu.
Josiane Roza e Idemar Ghizzo
Todo o custo da aplicação do projeto será financiado pelas empresas Iracema Transmissora de Energia S.A. e Interligação Elétrica Norte e Nordeste S.A. “Com o financiamento dessas empresas, vamos dotar o museu das condições adequadas para a devida guarda e exposição do acervo encontrado. Por lei, as empresas causadoras desse tipo de impacto são responsáveis por fazer com que esse material seja utilizado em ações educativas e voltadas para a sensibilização sobre o patrimônio arqueológico e cultural”, explica a historiadora.
Para o professor e advogado, Gustavo Albano, sobrinho de Ozildo Albano, a família recebe com muita alegria e mais responsabilidade esse projeto, pois sabe que agora o museu recebeu o verdadeiro reconhecimento que sempre mereceu, e que a história de Ozildo ficará cada vez mais viva na vida das pessoas.
Imagem: Agoraed