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Umidade pode cair a 13% nos próximos dias

A tendência é de queda e deve continuar assim até o final do ano; desse modo alguns cuidados são essenciais para evitar que as consequências do período conhecido como B-R-O-BRÓ sejam ainda piores.

19/08/2014 | Edivan Araujo
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Os próximos meses prometem ser de sofrimento quando a questão é a umidade relativa do ar. Com índices cada vez mais baixos, girando atualmente em torno de 25% e 35%, os meteorologistas já realizam previsões nada agradáveis.

A tendência é de queda e deve continuar assim até o final do ano; desse modo alguns cuidados são essenciais para evitar que as consequências do período conhecido como B-R-O-BRÓ sejam ainda piores.

Segundo a meteorologista Sônia Feitosa, a umidade está variando e a tendência não é positiva. “A situação ficará mais crítica em outubro e novembro”, conta.

A profissional destaca que no ano passado o índice chegou a 13%. “Isso pode se repetir em 2014”, afirma. Esse número é considerado alarmante e impõe diversos alertas. “Aumenta os problemas respiratórios, além dos riscos de queimadas, principalmente na zona rural, pois facilita a combustão”, explica.

Responsável pela área na Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMAR), Feitosa elenca os graus a serem constatados. “Quando a umidade está em 30% já exige uma observação, em 20% condiz como um alerta, abaixo de 12% é um alerta extremo, pois quando chega nesse patamar a umidade funciona como uma espécie de combustível”, diz. A meteorologista, porém, detalha que não é necessário ficar em pânico.

“Estão baixos, mas pelo menos no Piauí os índices não ficam assim por muito tempo, atingem esse grau entre 15h e 17h30, onde a temperatura está mais elevada. Não é o dia todo”, conclui.

A medida que tal quadro se desenha, quem já sofre com problemas respiratórios sofre na pele. Este é o caso da adolescente Ana Clara, de 14 anos, com asma, ela começa a sentir o agravamento dos sintomas decorrente da baixa umidade. “Sinto muito cansaço, falta de ar.

Nesta época piora bastante, a crise ataca”, destaca. A mãe da estudante relata que é uma dificuldade controlar a doença e torce para que o período acabe logo.

“Foi o jeito comprar um aparelho de inalação, pois ela tem muitas dificuldades de respirar. Chegou a tomar 14 injeções durante duas semanas em uma das pioras”, explica a doméstica Elisângela Silva.

Nesse sentido, os piauienses que desejam amenizar os efeitos dos índices baixos de umidade podem montar alguns truques caseiros. “Para um conforto maior é importante colocar um vasilhame com água dentro de casa, ou uma toalha molhada, principalmente nas residências com ar-condicionado. Alivia, mas não resolve o problema”, finaliza Sônia Feitosa.

Queimadas aumentam e bombeiros não conseguem atender toda a demanda

As queimadas em Teresina aumentam substancialmente e tais ocorrências oferecem uma demanda substancial ao Corpo de Bombeiros, que não consegue atender todos os chamados.

Atualmente, são cerca de 30 por dia. Com o efetivo reduzido, a situação é preocupante, tendo em vista que a temperatura aumenta e, consequentemente, o foco desses problemas também cresce.

Desse modo, a única solução plausível condiz com a realização de questionários, no intuito de identificar os casos mais graves, assim a atenção da população deve ser redobrada nesse período de baixa umidade. Afinal, as queimadas costumam causar grandes estragos no meio ambiente, além de oferecerem riscos à população.

Nesse sentido, a orientação é que os teresinenses tenham cuidado e não promovam focos, possibilitando que as ocorrências diminuam e graves situações sejam evitadas.

"É importante também que se alguém vir um vizinho colocando fogo em algum terreno peça para ele parar, ou tire fotos e acione as autoridades responsáveis para que as providências cabíveis sejam tomadas", inclui a major do Corpo de Bombeiros Najra Nunes.

Ainda nesse detalhamento um hábito comum de muitos moradores deve ser combatido. "Limpar um terreno através de queimada não é o correto. Orientamos para que os teresinenses pensem em nossa orientação e não imponham esse risco", explica.

O aumento da temperatura e a baixa umidade ajudam a propagar os focos, causando estragos na vegetação. "Esses índices influenciam, é preciso ter consciência e não colocar fogo em entulho, por exemplo, precisamos estar atentos, ainda mais nesta época", limita Nunes.

Com o período mais quente do ano se aproximando, o denominado, B-R-O-BRÓ, a previsão é de piora nos índices, portanto a ajuda da comunidade torna-se indispensável. "A maioria dos casos é iniciada pela ação do homem, portanto, contamos com essa colaboração", diz a major.

Atualmente, a corporação conta com quatro carros, contudo o efetivo não é o suficiente para ocupá-los. Nesse ponto aparece um dos grandes empecilhos e a triagem é preciso ser feita detalhadamente.

Assim, muitas solicitações se perdem pelo caminho e nem sequer são respondidas. "O atendente avalia cada situação", explica Nunes.

Fonte: Meio Norte

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