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Exames que detectam tuberculose estão suspensos por falta de material

Quem está com os sintomas vai ter que esperar até junho de 2015. O Ministério da Saúde informou que a falta do exame é mundial.

25/08/2014 | Edivan Araujo
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Os exames que detectam tuberculose estão suspensos no Piauí por falta de material essencial para realização do teste na rede pública. Médicos estão preocupados, já que a doença é contagiosa. As pessoas que estão com os sintomas vão ter que esperar até junho de 2015 para realizar o exame. O PPD, como é conhecido o exame em questão, é utilizado para ajudar a diagnosticar a tuberculose.
Uma mulher, que não quis se identificar, informou que foi até o Hospital Getúlio Vargas para realizar o exame e ao chegar lá ficou sabendo que ele não estava sendo realizado por falta de material. “Eu fui fazer o exame e uma atendente informou que não tinha material para realizar o exame e que isso já tem um tem. Segundo ela, a previsão informada para chegar o material é junho de 2015”, contou.
De acordo com Ivone Venâncio, supervisora de tuberculose da Secretaria de Saúde do Piauí, o Ministério da Saúde deixou de repassar o material desde junho deste ano. “O que tínhamos de estoque para a realização do PPD era até 30 de junho de 2014, passado essa data ele expirou a validade e por isso parou de se realizado. Agora estamos esperando uma posição do Ministério da Saúde para a retomada desse material, mas o tempo é indeterminado. Até hoje não temos uma data prevista para estar solicitando o PPD para o Piauí”, explicou a supervisora.
De janeiro até agora, 500 pessoas foram diagnosticadas com tuberculose no Piauí e a cada ano esse número duplica segundo a Secretaria de Saúde. O exame do PPD, que é um liquido injetado no corpo, é o método mais antigo usado para mapear a doença, por isso a falta dele por causar um descontrole.
“É um exame essencial, principalmente para o monitoramento de pessoas que convivem com uma pessoa que já teve a tuberculose, como crianças que os pais já tiveram a doença. Então esse exame serve como um rastreamento para saber se aquelas pessoas estão infectadas ou não. Ele não é uma vacina, mas é um norteador de infecção, e também um norteador para identificar aquelas pessoas que precisam fazer um controle com drogas”, falou o pneumologista Antônio de Deus.
O Ministério da Saúde informou que o Brasil não produz o exame citado, seguindo recomendação mundial de que o teste seja preparado em um só laboratório com padronização técnica e sob supervisão. O teste é produzido apenas na Dinamarca. O Ministério informou ainda que a falta do exame é mundial e que está trabalhando com possíveis alternativas que, de forma excepcional e transitória, poderão apoiar a rede durante a indisponibilidade do produto.

Fonte: G1 Piauí

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