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Érika Miranda quebra maldição e conquista bronze no Mundial de judô

Na decisão do bronze dos meio-leves (52kg), ela venceu a cubana Yanet Bermoy Acosta, um verdadeiro bicho-papão.

26/08/2014 | Edivan Araujo
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Érika Miranda quebrou uma verdadeira maldição na manhã desta terça-feira. Após a decepção com as eliminações da campeã olímpica Sarah Menezes, do medalhista de bronze em Londres-2012 Felipe Kitadai e do líder do ranking mundial dos meio-leves Charles Chibana, a brasiliense colocou o Brasil no pódio no Mundial de Judô da Rússia.

Na decisão do bronze dos meio-leves (52kg), ela venceu a cubana Yanet Bermoy Acosta, um verdadeiro bicho-papão. A caribenha foi duas vezes vice-campeã olímpica e conquistou o Mundial do Cairo, em 2005, quando tinha apenas 18 anos. Mais do que isso: contra ela, Erika tinha um histórico muito ruim. Em dez lutas no circuito mundial, apenas duas vitórias da brasileira.

Além disso, a medalha também quebra também uma escrita incomoda para o time verde-amarelo. Após o Mundial do Rio de 2007, no qual o Brasil conquistou três medalhas de ouro, no Mundial de 2009, na Holanda, nenhum brasileiro subiu ao pódio. No ano passado, o Rio recebeu novamente o Mundial. E, no primeiro dia, nenhum atleta tinha lutado por medalha - mesmo com a campeã olímpica Sarah Menezes e o medalhista de bronze de Londres-2012 Felipe Kitadai em ação.

Mesmo com tanta pressão, a agora medalhista do Mundial mostrou maturidade e força. Minutos depois de perder uma luta ganha na semifinal, ela dominou a cubana, impôs a pegada e foi forçando punições para a rival. O bronze foi uma compensação pela derrota para a romena Andreea Chitu. Érika esteve classificada para a final por três dos quatro minutos de luta. Mas um segundo de distração custou a vitória. Ela permitiu um golpe da romena a 30 segundos do fim e caiu de costas no dojo.

A brasileira, que defendia o vice-campeonato mundial de 2013, começou vencendo o combate. Nos primeiros 30 segundos, já tinha um wazari de vantagem, a segunda maior pontuação do esporte. Chegou a derrubar a romena mais uma vez, sem pontuação. Quando a vitória já era certa, porém, ela se desconcentrou. A ação saia da área de luta e Chitu acertou um golpe com as pernas que já tinha garantido vitórias no dia. Derrubou a brasileira, que ficou incrédula com o resultado.

Na madrugada de segunda para terça (26), ela tinha vencido seus três combates da fase classificatória de maneira enfática. Em boa fase, a presença de Erika na semifinal estava muito longe de ser uma surpresa. É verdade que seu último título no circuito foi em 2012, no Grand Slam de Moscou. Mas, desde então, foram dez pódios, incluindo o vice-campeonato mundial do ano passado. Além disso, ela é a vice-líder do ranking mundial da categoria, atrás apenas de Majlinda Kelmendi, a atual campeã mundial (que também está na semi).

A forma da brasiliense também impressionava. Ela venceu duas lutas em técnicas de solo plásticas, dignas do país da família Gracie. Na primeira, contra Gulbadam Babamuratova, do Turcomenistão, aplicou um triângulo com as pernas. Na segunda, nas quartas de final, conseguiu um estrangulamento sobre a chinesa Yingnan Ma.

As duas técnicas são resultado direto de uma nova regra da Federação Internacional de Judô, que começou a ser usada nesta temporada: o incentivo ao jogo de chão. No Mundial, os juízes estão permitindo que as ações de solo sejam executadas com mais liberdade. Antes, a exigência por movimentação era tão grande que as técnicas de solo acabavam muito restritas e pouco usadas.

A luta mais difícil acabou sendo sua segunda, contra a espanhola Laura Gomez. Apesar de ter dominado a luta desde o início, com Yuko com menos de 30 segundos de combate, ela levou três punições rapidamente e correu o risco de ser eliminada da luta – quatro punições acabam com o combate.

O outro brasileiro que lutou no dia foi o líder do ranking mundial dos meio-leves (66kg), Charles Chibana. Ele venceu suas duas primeiras lutas, mas acabou eliminado pelo uzbeque Rishod Sobirov.

Fonte: UOL

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