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O vice-prefeito de Picos e secretário de Educação, Padre Walmir Lima, reuniu a imprensa na manhã desta sexta-feira (31) para falar sobre as dificuldades financeiras enfrentadas pela pasta. Na oportunidade, enfatizou que mesmo em meio a uma crise não vai entregar o cargo.

O gestor iniciou sua fala aos meios de comunicação destacando os avanços que a secretaria de Educação conquistou ao longo dos últimos dois anos, como índices do Ideb, participação dos alunos em gincanas de português, matemática e outras modalidades e o PNAIC.

O momento seguinte foi para tratar de temas delicados, tendo por princípio as declarações recentes do vereador Hugo Victor (PMDB) na Câmara Municipal de Picos – que afirmou nas duas últimas sessões que o município destina com rigor 25% dos recursos para a Educação e que o secretário não vem administrando bem esse dinheiro. O padre rebateu as acusações sem citar nomes e apresentou extratos dos repasses aos jornalistas.

“Acho que o presidente da câmara não sabe o que é um extrato bancário, por que se soubesse não diria isso, ou então está desinformado o que também seja bem provável”, disse o secretário se referindo aos extratos que trata dos repasses da prefeitura para a Secretaria Municipal de Educação de Picos.

O secretário cobrou que a educação de Picos seja eleita “uma prioridade entre as prioridades”. Ele negou que a pasta tenha recebido o valor equivalente aos 25% previstos no orçamento, pois o valor repassado, segundo ele, já vem com receitas comprometidas, o que estaria inviabilizando o pagamento de servidores contratados pelo município para atuar na educação.

A secretaria também estaria sofrendo com a diminuição dos repasses federais proporcionais aos últimos meses do ano.

Salários atrasados

Um dos momentos importantes da conversa foram as declarações a respeito do atraso na folha de pagamento dos servidores contratados. De acordo com o secretário, outras pastas também sofreram com o aperto financeiro e agora o momento de arrocho é vivenciado pela Educação. Algumas medidas já estão sendo estudadas para diminuir as despesas e permitir que a folha de pagamento seja atualizada.

O gestor negou excesso de servidores na folha e disse que apresentou como proposta ainda no início do ano a transferência de algumas escolas para outras mais próximas, o que faria com que o número de servidores fosse automaticamente “enxugado”. A possibilidade está aberta para o ano que vem e, segundo Padre Walmir, já foi acatada pelo prefeito Kleber Eulálio.

Demissões

Entre as saídas estudadas para colocar as finanças da secretaria em dia está a possível demissão de pelo menos 50 servidores. Em novembro todos os contratos serão automaticamente interrompidos e é possível que as contratações para 2015 sejam reduzidas.

Merenda e fardamento

O secretário também falou sobre o fornecimento de merenda escolar e fardas e alegou que faltaram verbas para o fardamento. Padre Walmir confirmou a falta de merenda escolar em algumas escolas: “Temos necessidade e no momento está faltando. Temos repasse, o governo federal abriu repasse para vários municípios, mas é preciso haver a contrapartida. E cada vez que a gente abraça projetos novos do governo federal, eu preciso me dispor a contribuir mais, porque tem que haver a contrapartida. E cada vez que eu faço mais débitos, o repasse do município já vai estar mais comprometido e vai dificultar a folha de pagamento”, defende.

Continua

Padre Walmir declarou enfaticamente que não pretende deixar o cargo e tem interesse em colocar as contas da secretaria em dia. “Estou com a mesma disposição para trabalhar. Quero trabalhar. Não quero ceder a pressões e meu compromisso com o prefeito continua o mesmo: o de colaborar, mas desde que deixem a gente trabalhar. Não quero ser saco de pancadas. Com certeza todo esse conflito deve ter interesses que estão fora dos interesses da Educação”, ressaltou.

Com informações do Grandepicos