O Centro Educacional Masculino, que abriga jovens em conflito com a lei, já registrou este ano quarenta e três fugas. A falta de estrutura, reflete na pouca eficiência do CEM. A justiça começou um mutirão para julgar os processos desses jovens, que 80% respondem por homicídio.
Marcos Lima é pai do advogado Francelino Moreira Lima, 38 anos, que foi assassinado no mês de maio deste ano, enquanto procurava uma casa para comprar no bairro Santa Izabel, Zona Leste de Teresina. As informações, na época eram de que ele tinha sido abordado por três pessoas, mas apenas uma foi indiciada, um adolescente de 17 anos. “O menor foi identificado e punido, mas falta a prisão dos outros que tiveram participação no crime”, disse. Â Â
O envolvimento de menores no crime tem se tornado cada vez mais comum no Piauí. Em agosto um taxista foi morto a tiros por um menor. Em Fevereiro o garoto Felipe Athos, de 6 anos, foi atingido no peito e perdeu a vida na porta de casa. O suspeito tinha apenas 15 anos.
Atualmente o CEM abriga 50 interno. O juiz Antônio Lopes, da Vara da Infância e Juventude, disse que o mutirão ajudará a dar andamento nos processos e fez duras críticas ao local. “Somente nesta semana cinco menores passaram a contar com penas mais leves. O Estado é inoperante com relação ao adolescente. Temos pouco educadores e policiais, além disso, eles são maus pagos”, afirmou o magistrado.
A oficina com panificação foi suspensa. Os adolescentes contam apenas com atividades esportivas e com a escola da unidade. Além disso, por plantão são apenas sete educadores sociais, quando deveriam ser 12. O número de policiais também é insuficiente, seis por plantão, sendo que o necessário seria de 12.
O juiz da Infância já solicitou a interdição do CEM ao Conselho Nacional de Justiça. A solicitação foi negada. Ninguém da Secretaria de Assistência Social, responsável pelo centro, foi encontrado para comentar os problemas.
Fonte: G1 Piauí