Após o Ministério da Saúde confirmar o primeiro caso de Febre do Nilo Ocidental (FNO), em um trabalhador rural do estado do Piauí, a Sesapi realizou uma coletiva de imprensa para esclarecer o caso. Na reunião estiveram presentes, respondendo aos questionamentos da imprensa, o secretário estadual de saúde José Fortes, a gerente de epidemiologias Maria Amélia de Oliveira Costa, e o neurologista que atendeu o caso, Marcelo Adriano.
O paciente trata-se de um agricultor residente no município de Aroeiras do Itaim, à 315 km de Teresina, que esteve internado no Instituto de Doenças Tropicais Natan Portella, em Teresina. O senhor de 52 anos foi diagnosticado apresentando febre intensa, dor de cabeça, dor no corpo, astenia, vômito, náuseas, dor abdominal, dor nas articulações, mialgia e dor retro orbitária. Antes de ser internado o paciente também foi acometido por paralisia súbita nos membros inferiores e superiores, além de paralisia facial.
O caso estava em investigação desde agosto deste ano. A doença foi confirmada no dia 28 de novembro, após a realização de dois exames sorológicos com reagente para o vírus do Nilo Ocidental. Outras quatro pessoas apresentaram sintomas neurológicos considerados suspeitos, no entanto, os exames laboratoriais descartaram a possibilidade de Febre do Nilo. Além dos casos que apresentaram sintomas, foram realizados testes em mais 18 pessoas da região e todos os resultados deram negativo.
O caso se trata de evento isolado, sem identificação de cadeia de transmissão. Não representa significado epidemiológico relevante para o Brasil e nem risco para saúde pública do Piauí. Entretanto, é possível que outros casos isolados já tenham ocorrido em outras regiões do país e não tenham sido diagnosticados.
POSSÍVEL EPIDEMIA É DESCARTADA
Para o secretário estadual de saúde, José Fortes, não existe a possibilidade de uma possível epidemia da doença. “Equipes da secretaria estão há quase um mês trabalhando na região diuturnamente e investigando todas as pessoas que apresentam febre alta. Qualquer alteração de temperatura está sendo diagnosticada para conter, não deixando que ela saia dali. Tenho certeza que este será o único caso”, pontuou o secretário.
NÃO EXISTE TRANSMISSÃO DE HUMANO PARA HUMANO
A gerente de epidemiologia, Maria Amélia Costa, lembrou que não existe transmissão de pessoa para pessoa e que as aves não transmitem caso sejam bem cozidas. “As pessoas não precisam deixar de comer galinhas ou outras aves. O processo de cozimento, quando bem executado, já elimina o vírus”, disse.
PACIENTE INFECTADO APRESENTA MELHORAS
De acordo com o neurologista que atendeu o caso, Dr. Marcelo Adriano, o paciente apresenta melhoras e ainda é cedo para diagnosticar se o mesmo terá sequelas após a doença. “O paciente está em fase de recuperação e apresenta melhoras. Ainda é precoce falarmos de possíveis sequelas”, finalizou.