A Polícia Militar informou na noite deste sábado (21) ter localizado em uma maternidade de Belo Horizonte a médica Myriam Priscilla Rezende de Castro, que havia sido considerada foragida  pela Suapi-MG (Subsecretaria de Administração Prisional do Estado de Minas Gerais).
Segundo a polícia, uma denúncia anônima levou os policiais até a maternidade Octaviano Neves, localizada no bairro Santa Efigênia, na região leste da capital mineira.
Ela foi condenada a seis anos de prisão em regime semiaberto por ter mandado cortar o pênis do ex-noivo. A médica foi considerada foragida após sair para trabalhar, no dia 28 de janeiro deste ano, e não ter retornado ao complexo penitenciário Estevão Pinto, onde cumpria pena desde abril do ano passado.
Ainda conforme o boletim de ocorrência, assim que identificaram a médica, os policiais montaram uma escolta na unidade hospitalar e o caso deverá ser repassado para a Polícia Civil. A Suapi também será informada sobre a localização de Myriam Castro.
O órgão havia emitido uma nota nesta sexta-feira (20) na qual informou que o nome da médica havia sido lançado no Infopen (Sistema de Informações Penitenciárias) e, diante disso, ela poderia "ser presa a qualquer momento pela polícia".
Advogado nega fuga e alega gravidez
O advogado Giovanni Toledo, defensor da médica, classificou a emissão da nota da Suapi de "irresponsável". "A Suapi soltou essa nota de maneira totalmente equivocada e irresponsável. A Miryam estava com direito ao trabalho, saiu de manhã, no dia 28, e passou mal. Ela está grávida de gêmeos, uma gravidez de alto risco", afirmou o defensor.
Ainda segundo ele, no dia 28, à tarde, ele disse ter ido comunicar a internação da cliente ao juiz do caso. "No dia 29, o juiz deu um despacho no qual ele manda oficiar a penitenciária sobre a internação dela e retirar a nota de fuga. Aí, vem a secretaria e solta uma nota irresponsável dessa forma", declarou.
Ainda conforme Toledo, a médica está com pressão alta, anemia grave e dilatação precoce do útero.
Relembre o caso
O crime contra o ex-noivo ocorreu em Juiz de Fora (278 km de Belo Horizonte), em 2002. A médica foi condenada em abril de 2009, mas não foi presa imediatamente em razão dos diversos recursos impetrados pelos seus advogados.
Ela só foi presa em abril do ano passado, em Pirassununga (211 km de São Paulo), após expedição de mandado da prisão pela Justiça.
De acordo com o processo, à época do rompimento do casamento, a médica teria se revoltado contra o homem e passado a ameaçá-lo. Ele teve sua casa e um automóvel incendiados.
Em seguida, ainda de acordo com o processo, Myriam, com a ajuda do pai, teria contratado dois homens para mutilar o ex-noivo.
Por causa de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) durante o julgamento, o pai cumpre pena em regime domiciliar.
Segundo o Ministério Público, no dia do crime, a vítima foi dominada por dois homens dentro do apartamento onde morava. Conforme a denúncia, os autores da agressão se passaram por técnicos de uma empresa de telefonia. O irmão da vítima também foi agredido.
O MP disse que os dois foram dominados, amarrados e ainda teriam sido obrigados a cheirar éter. Parte do pênis da vítima foi cortada e levada como prova da execução do serviço. Um dos executores está preso.
"Os executores usaram uma faca para cortar o pênis do rapaz e fizeram questão de dizer que estavam agindo a mando da ex-noiva e do pai dela na ocasião", informou a Polícia Civil de Minas Gerais à época da prisão da médica. A vítima sobreviveu e vive anonimamente.
Fonte: UOL