O tráfico de drogas tem sido distribuído por diferentes regiões e preocupado a população e órgãos públicos de segurança do Estado do Piauí. Segundo dados divulgados pela Delegacia de Prevenção e Repressão a Entorpecentes (Depre) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), em 2015, já foram apreendidos cerca de 35 kg de drogas, entre maconha, crack, cocaína e outras. Apenas no primeiro mês do ano, 38 pessoas foram presas por tráfico de drogas.
“A maioria da droga que circula no Piauí vem de fora. São substâncias encomendadas do Paraguai, que vão para estados brasileiros como Mato Grosso ou São Paulo e depois vem, na grande maioria das vezes, por transporte terrestre parar aqui. Mas além de chegar muita droga, outras também saem daqui para abastecer outros estados, como Ceará e São Luís”, destaca o delegado titular da Depre, Menandro Pedro.
Os últimos dados levantados pela Delegacia de Entorpecentes, relativos ao mês de janeiro, mostram que foram apreendidos, no Estado, um total de 26,4 quilos de entorpecentes. Do total de traficantes presos este ano, 35 são do sexo masculino e três do sexo feminino.
“A delegacia atua no sentido de prevenir e reprimir o uso de drogas. Nosso trabalho é de campo e de inteligência. Hoje, é muito fácil prender uma boca do fumo, porque elas estão espalhadas nesse Piauí, mas o problema não é só prender os pequenos traficantes, o problema é combater o pequeno, o médio e o grande. Para isso, usamos métodos de investigação, como, por exemplo, conversar com o viciado, porque é ele quem conhece o traficante. Temos investigado de várias formas”, afirma Menandro.
Maconha, crack e cocaína são as três principais drogas que chegam ao Piauí. A primeira, em maiores quantidades. Além de receber denúncias, executar mandados de prisão e busca, a Polícia Civil, também em parceria com outros órgãos de segurança pública, conta com o trabalho de ações de barreiras fixadas, temporariamente, nas vias de grande fluxo, no intuito de identificar possíveis traficantes em circulação.
“Nós fazemos um levantamento das rotas, também pegamos os horários de saída dos ônibus das empresas e, nas barreiras, fazemos o levantamento da ficha de passageiros, através do sistema online, quando é encontrado algum suspeito, nós fazemos o chamado ‘pente fino’, assim também acontece com carros de pequeno porte e caminhões”, explica o delegado.
“Só existe tráfico porque existe consumidor”, avalia inspetor da PRF
Segundo o Relatório Mundial sobre Drogas da ONU (Organização das Nações Unidas) divulgado ano passado, cerca de 5% da população mundial entre 15 e 64 anos usa drogas ilícitas, o número corresponde a uma média de 243 milhões de pessoas de ambos os sexos. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) é um dos órgãos que atua no combate ao tráfico de drogas no Piauí e, segundo o inspetor da Sessão de Policiamento e Fiscalização, Stanley Keynes, a sociedade também deve contribuir para o fim deste cenário de utilização e circulação de ilícitos.
“Só existe tráfico porque existe consumidor. Se a sociedade não mudar seu comportamento e interesse pela droga, certamente vai ficar cada vez mais difícil para os policiais serem responsáveis por este combate. Junto à droga também tem o problema da saúde pública, da necessidade de ações do Estado, é um problema complexo que envolve muitas áreas”, afirma Stanley.
De acordo com o último levantamento do órgão, neste ano, já foram apreendidos 11 kg de entorpecentes em barreiras realizadas em todo o Piauí; junto a isso, somam-se 209 unidades de drogas do tipo anfetaminas, barbitúricos, que tem efeito sedativo, entre outros. Já em 2014, o órgão apreendeu cerca de 60 quilos de drogas divididas entre cocaína, crack e maconha.
“A Polícia Rodoviária trabalha com a fiscalização de rotina. Diariamente, são realizadas fiscalizações de veículos nos postos, mas também são executadas operações temáticas, através do Núcleo de Operações Especiais e os grupos táticos, que também trabalham neste sentido. O Piauí, infelizmente, está na rota do tráfico, já que tem trânsito facilitado para as regiões Norte, Centro-Oeste e para os estados da região Nordeste, principalmente as cidades litorâneas, como Fortaleza e Natal. Os traficantes aproveitam esses acessos. Nas fiscalizações realizadas por barreiras, a polícia consegue identificar diariamente esses crimes”, relata o inspetor.
O combate à circulação de drogas, através de transporte terrestre e aéreo, é uma das principais ações da PRF. Este ano, segundo o inspetor Stanley, o órgão já realizou apreensões em veículos coletivos nas BRs 230 e 135. No Piauí, os postos de fiscalização estão distribuídos em diferentes municípios do Estado, entre eles Teresina, Piripiri, Floriano, Picos, Valença e Parnaíba, que dão acesso as BRs 135, 230, 343, 316, 222 e 407.
Nas abordagens policiais realizadas em Teresina e municípios próximos, a PRF conta com o recurso de cães farejadores para facilitar a descoberta de entorpecentes. Os cães treinados utilizados em abordagens realizadas em ônibus e até aeronaves.
“Apreendemos grande quantidade de maconha e cocaína, mas, além disso, encontramos constantemente, também, muitas drogas de propriedade de motoristas de ônibus e caminhão - as anfetaminas, que ajudam a despertar. Como muitos desses profissionais passam até uma semana na estrada, geralmente, eles carregam vários comprimidos e, dependendo da quantidade encontrada, pode ser enquadrada como tráfico. Caso o motorista seja contatado sob efeito da droga, ele vai responder por um crime, além da multa”, informa Stanley Heynes.
Fonte: Portal O Dia