Presos da Colônia Agrícola Major César de Oliveira, na zona rural do município de Altos (região metropolitana de Teresina), saem à noite para assaltar o comércio da região e depois retornam à unidade prisional, de acordo com o Sinpoljuspi (Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí).
O material obtido nos assaltos é levado para dentro do presídio e, conforme o sindicato, os presos assaltam mercadinhos e churrascarias para conseguir carne e cerveja para fazer churrasco.
Na semana passada, uma vistoria encontrou mais de 40 latas de cerveja em um dos alojamentos da Major César e, de acordo com o Sinpoljuspi, os presos conseguiram a bebida em um assalto a um mercadinho da região.
O dono de um armazém em Altos, Antonio Ribeiro, contou que já foi vítima de assaltos cometidos por presos da Major César. Na semana passada, disse ele, dois homens armados com faca tentaram assaltar o seu comércio, mas não conseguiram.
"Reagi e consegui prender um dos assaltantes. Quando a polícia chegou, identificou que ele era um dos presos da Major César", disse Ribeiro.
PROBLEMAS
Por ser uma unidade que custodia presos do regime semiaberto, a Major César de Oliveira não possui muros ou grades. Os alojamentos são isolados com uma cerca de arame, que está danificada.
As guaritas da segurança externa da penitenciária estão desativadas e acabam facilitando a fuga dos internos.
"Os presos saem pela lateral que dá acesso a uma estrada de terra. Muitas vezes, existe um carro ou moto dando cobertura para eles saírem para cometer estes delitos, que são marcados por telefone celular", conta o diretor administrativo do sindicato, Kleiton Holanda.
Segundo informações de um PM que trabalha na Major César, as guaritas não são usadas porque o número de policiais é insuficiente.
"São quatro policiais por plantão e, de acordo com o código militar, a cada duas horas que ficarmos na guarita temos quatro de descanso. Então, como não dá para fazer esse revezamento, ficamos na entrada da Major César", disse o policial, que pediu para não ser identificado.
A Major César tem capacidade para custodiar 280 presos e está com 219 presos, sendo 50 com benefício do regime semiaberto.
RESPOSTA
A Sejus (Secretaria Estadual de Justiça) informou que vai reforçar a estrutura de segurança na Major César de Oliveira com a substituição da cerca de arame por telas, mais altas e mais difíceis de serem danificadas.
A secretaria disse que uma empresa vai realizar um levantamento das obras emergenciais que deverão ser feitas na penitenciária.
Sobre as guaritas da PM, a Sejus disse que solicitou ao Estado que dobre o número de policiais para atuar no local.
"A realização das vistorias, intensificada pela Direção de Inteligência e Proteção Externa, é outra estratégia que vem sendo adotada para reforçar a segurança, bem como banir a entrada e a permanência de objetos proibidos dentro das unidades", afirmou a secretaria.
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Fonte:Â Com informações do UOL