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Na edição do 'Jornal Hoje' desta quarta-feira (08/04), foi veiculada reportagem do jornalista Francisco José no sertão do Piauí, mais precisamente no município de São Raimundo Nonato, distante 525 km da capital Teresina. Francisco José mostrou crianças e adolescentes que aprendem ao ar livre a tocar instrumentos musicais. Veja a seguir a reportagem na íntegra.
Uma orquestra de meninos e meninas de 7 a 17 anos de idade, talento, força de vontade, desejo de fazer dos acordes da sanfona, do triângulo, do zabumba e do violão uma profissão, todos na mesma sintonia, em busca de um destino.
À sombra de um umbuzeiro, alunos das escolas públicas da periferia de São Raimundo Nonato, cidade do Sul do Piauí, aprendem a tocar instrumentos.
O maestro, professor e mentor da orquestra também começou menino, aos 14 anos de idade Sandrinho do Acordeon, já fazia sucesso com a sanfona. Hoje, aos 21 anos, ele mantém um ideal: "Continuar esse trabalho que meu pai já faz desde o ano 2000, trabalho de incentivo à música é o amor à pátria, que todo mundo tem que ter, eu faço isso porque eu quero ver um Brasil melhor, ver as crianças seguindo o caminho do bem."
Diego tem seis anos e já consegue acompanhar a orquestra com sua pequena sanfona. Maria Clara não perde o ritmo do zabumba. Ela usa um graveto para tocar e consegue acompanhar seu mestre no forró. A menina de 11 anos quer fazer da música a sua profissão: "Vou seguir minha carreira, se Deus quiser."
Paloma está se especializando no acordeon e se tornando interprete nas canções regionais: "Primeiro eu comecei a cantar, depois eu comecei a tocar acordeon e estou muito feliz."
"A gente sabe que a música ajuda muito na vida deles, na concentração, na memória, na disciplina, eles aprendem por enquanto apenas na prática, damos aula de teoria musical que ajuda a clarear essa prática musical", disse o professor do Instituto Federal de Educação, Klécio Coutinho.
As únicas exigências para fazer parte do grupo são, ter mais de seis anos de idade e estar matriculado numa escola. Ninguém paga nada para entrar na Associação de Novos Músicos, e os instrumentos são doados.
"Cada um ajuda como pode e isso é emocionante e é um exemplo de que o Brasil é muito bonito, disse a professora universitária Rute Andrade.
