/
Folha de S.Paulo RAFAEL REIS DE SÃO PAULO
Eliminado pelo Guaraní (PAR) nas oitavas de final da Libertadores e em dificuldades financeiras, o Corinthians se prepara agora para realizar um corte no orçamento do seu futebol.
A intenção é reduzir a folha salarial para "se adequar à nova realidade do futebol brasileiro". Atualmente, o clube gasta mais de R$ 8 milhões por mês com os ganhos dos seus jogadores.
"Esse é um assunto que já estávamos discutindo bastante, mas nunca chegamos ao ponto de estipular de estipular uma meta [quanto é necessário cortar]. O importante é que vamos tentar melhorar a parte econômica sem perder demais na parte técnica, já que é importante o time estar bem dentro de campo", afirmou o gerente de futebol corintiano, Edu Gaspar.
Na prática, a necessidade de corte de custos torna improvável a renovação dos contratos que estão próximos do fim. Os primeiros atingidos devem ser os atacantes Guerrero e Emerson, cujas ligações com o clube terminam no meio do ano.
Enquanto o peruano não consegue chegar a um acordo nos valores da premiação pela assinatura de um novo vínculo, chamada no futebol de luvas, o segundo só deve renovar caso aceite uma substancial redução no seu salário.
Além deles, o zagueiro Gil também tem boas chances de deixar o clubes nos próximos meses. A diretoria não irá recusar propostas do exterior pelo defensor, que tem sido sondado há tempos pelo Wolfsburg (ALE).
Vender o jogador renderia um dinheiro extra aos cofres do Corinthians e também ajudaria a reduzir a folha salarial.
"Talvez a gente possa ter uma mudança mais expressiva no elenco no fim do ano. Isso, se essa reformulação acontecer. É que temos muitos atletas que terminam o contrato no fim do ano", adicionou o cartola.
Três peças importantes do elenco, o lateral esquerdo Fábio Santos, o volante Ralf e o meia Danilo, têm vínculos vigentes apenas até o encerramento da temporada. A permanência deles passa pelo desempenho em campo, mas também por questões econômicas.
O Corinthians deve a seus jogadores mais de R$ 20 milhões. A queda na Libertadores, uma derrota por 3 a 0 no placar agregado para o Guaraní, fez com que o clube deixasse de arrecadar até R$ 11 milhões que poderia faturar com premiações da competição sul-americana.
Apesar dos débitos e da possibilidade de um desmanche, Edu Gaspar prometeu que o clube conseguirá manter um time competitivo no Brasileiro.
"Se precisar reforçar a equipe, vamos reforçá-la. Mas tudo dentro do nosso quadro financeiro."
Depois da eliminação sul-americana, o Corinthians joga neste sábado (16) contra a Chapecoense, em Araraquara (SP), pela segunda rodada do Nacional.