A Conmebol confirmou as expectativas e oficializou, neste sábado, a eliminação do Boca Juniors da Libertadores deste ano pelos incidentes ocorridos no intervalo do Superclássico argentino disputado na última quinta. Em reunião ocorrida no Paraguai, a entidade culpou o clube pelos acontecimentos da Bombonera e considerou o River Plate vencedor do jogo por 3 a 0, de acordo com seu regulamento geral.
Com isso, o River está classificado para as quartas da Libertadores e terá o Cruzeiro como próximo adversário. O primeiro jogo deve ocorrer em Buenos Aires, na próxima quinta, às 22h. Além de ser eliminado, o Boca jogará quatro jogos com portões fechados, outros quatro sem torcida como visitante e terá de pagar uma multa de US$ 200 mil. Segundo a própria Conmebol, cabe recurso em até sete dias.
"Vamos apelar da decisão. Não estou de acordo. Os 45 minutos restantes deviam ser jogados", disse Daniel Angelici, presidente do Boca, logo após o anúncio. Mais cedo, o advogado brasileiro Eduardo Carlezzo, que atuou na defesa do clube argentino, disse que a Conmebol se prontificou a fazer o recurso ser avaliado até terça-feira, no máximo.
Para punir o Boca Juniors, a Conmebol aplicou o regulamento disciplinar da entidade. No intervalo do Superclássico, o elenco do River Plate foi atingido por um gás tóxico que causou queimaduras de primeiro grau em quatro atletas e deixou Driussi com uma encefalite (inflamação no cérebro).
As imagens da confusão correram o mundo e fizeram enorme pressão na Conmebol. Na última sexta, a entidade deu 24 horas para que o Boca Juniors apresentasse a sua defesa. O clube enviou advogados e dirigentes até Luque, cidade paraguaia onde está situada a Conmebol, mas não conseguiu convencer a entidade. Segundo veículos de imprensa como o jornal La Nación ou a rádio Mitre, uma pressão externa da Fifa foi importante para garantir uma pena pesada à equipe da Bombonera.
A partida estava empatada por 0 a 0 no momento em que ocorreu a confusão no túnel que dá acesso ao campo. Um composto químico foi lançado em direção aos jogadores do River Plate. Inicialmente pensava-se que se tratava de gás de pimenta, mas exames toxicológicos realizados no estádio concluíram que na verdade era uma mistura muito mais danosa que continha ácido.
Quatro jogadores do River sofreram queimaduras de primeiro grau e vários atletas relataram impossibilidade de continuar a partida após serem atingidos pelo gás. O atacante Sebástian Driussi teve diagnosticada encefalite (inflamação no cérebro), cuja causa foi a exposição a produtos tóxicos.
A polícia diz ter indícios de que um torcedor do Boca foi o causador do ataque com o composto químico. Ele integra a torcida uniformizada La Doce, do Boca, e fazia oposição à atual administração do Boca Juniors.
Fonte:Â Com informações do Uol