Matéria / Geral

Queimadas reduzem 45% no primeiro semestre

Dados são de janeiro a agosto deste ano. No entanto, casos devem aumentar nos próximos meses

08/08/2015 | Edivan Araujo
/

Dados do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios (Prevfogo) apontam que, em 2015, houve uma redução de 45% das queimadas em todo o estado do Piauí. Segundo a entidade, de janeiro até agora, foram registrados 1.715 focos de calor, enquanto que, no ano passado, foram registrados 2.206 neste mesmo período.

“Não podemos confiar nestes números da primeira metade do ano, porque pode ser que em agosto e setembro venha a ter um ‘boom’ de atividade de quem faz uso com fogo ou ocorrências criminosas”, conta Gildênio Souza, coordenador do Prevfogo. De acordo com ele, essa diminuição de se deu por conta do prolongamento do período de chuvas este ano, bem como devido ao período de estiagem que está começando agora.

 As regiões onde há maior incidência de queimadas é no Sul do Estado, com destaque para a cidade de Uruçuí, que fica em primeiro lugar nestas estatísticas, e Baixa Grande do Ribeiro aparece em segundo lugar. Dos últimos 18 anos, 2010 foi o ano que registrou maior número de casos, com um total de 17.455 focos.

De acordo com Gildênio Souza, 99% das queimadas são causadas pelo homem, seja de maneira criminosa ou negligente. “No novo código florestal, queimada é permitida para aquele agricultor que não dispõe de alternativa para fazer a limpeza, mediante a autorização de um documento”, explica. Contudo, o maior causador de queimadas são as ações criminosas. “Temos relatos que o maior número de casos é de beira de estrada, conflitos de terras e caça predatória”, acentua o coordenador do Prevfogo, acrescentando que 1% das queimadas é causada por questões meteorológicas.
A população pode contribuir para a diminuição desses dados, fazendo uso do fogo somente com orientação de pessoas capacitadas. “Nós visitamos comunidades onde há maior incidência e ensinamos as técnicas mais adequadas de fazer uso do fogo. Aconselhamos fazer somente o necessário na sua área, apenas, no final da tarde, esperando a temperatura cair e comunicando à brigada mais próxima”, alerta Gildênio.

O fator que mais preocupa o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais é o aumento dos focos de queimada no município de Floriano, que, este ano, ficou atrás somente de Uruçuí no número de casos. “Apesar de não ser um município de grande extensão territorial, dos 1.715 focos registrados este ano, Floriano é responsável por 175, isto superou até Baixa Grande do Ribeiro, que tem uma extensão de quase o dobro de Floriano”, acentua Gildênio Souza.

Por conta disto, o Prevfogo instalou uma brigada federal composta por 15 servidores temporariamente contratados para atuarem na microrregião de Floriano. As Brigadas de Incêndios Florestais em Municípios Críticos visam promover a prevenção e combate nas regiões mais ameaçadas pelos incêndios florestais.

De acordo com Gildênio, Uruçuí sempre foi o município que teve o maior número de focos em registro, pela sua extensão territorial, presença de combustível e bioma serrado. “Não podemos dizer que esse número se dá só porque, no Sul do estado, o homem do campo não tem um comportamento ambiental. A questão é que existe uma maior extensão e um remanescente disponível”, explica.

O Ibama realiza acompanhamento através de 12 satélites que monitoram a superfície de todo o território brasileiro, que registra o aumento de temperatura duas vezes ao dia. “Esses aumentos podem ser uma queimada, um fogo sob controle ou um fogo que está se alastrando”, conclui Gildênio Souza.

Fonte:Jornal O Dia

Facebook