Em votação realizada nesta segunda-feira (10), os professores da Universidade Federal do Piauí decidiram deflagrar uma greve por tempo indeterminado.
Conforme determina a lei, o início do movimento deve ocorrer pelo menos 48 horas após a decisão ser oficialmente comunicada à Reitoria da instituição de ensino superior. Desta forma, as aulas estarão suspensas a partir de quinta-feira.
Pouco mais de 80% dos professores que participaram da votação organizada pela Associação dos Docentes da Universidade Federal do Piauí (Adufpi) votaram a favor da realização da greve. Foram exatos 298 votos favoráveis, e apenas 50 contra, além de 14 abstenções.
De acordo com a associação, a pauta de reivindicações nacional está fundamentada em cinco eixos: a defesa do caráter público da universidade; melhores condições de trabalho; garantia de autonomia para as universidades; reestruturação da carreira; e valorização salarial de professores ativos e aposentados. Outro ponto da luta da atual luta docente é contra a terceirização dos serviços públicos.
Em Teresina, 178 professores votaram a favor do movimento grevista, e 41 manifestaram-se de forma contrária, havendo, ainda, 5 abstenções. Em Parnaíba, 38 foram a favor, 2 contra e 6 abstiveram-se. Em Bom Jesus, 28 docentes foram favoráveis à greve, 3 foram contra e houve uma abstenção. Por fim, o polo de Picos foi o último a ter o resultado apurado. Lá, 54 professores foram a favor do movimento, 4 contra e 2 abstiveram-se.
O diretor de Relações Sindicais da Adufpi, professor Aléxis Leite, explica que o resultado já era esperado, já que boa parte dos docentes da universidade já vinham manifestando interesse em apoiar o movimento. Só não havia, contudo, um consenso sobre o melhor momento para deflagrá-la. “Agora nos unimos ás outras instituições de ensino públicas na luta pela melhoria da nossa educação. Formaremos o comando  local de greve e iremos acompanhar e participar também da mobilização nacional  para conduzir o movimento de greve na UFPI”, explica Aléxis.
O dirigente da Adufpi salienta que a pauta de reivindicações dos professores universitários possui mais de cem itens, mas os principais são: a implantação de uma carreira docente, a realização de novos concursos com ampla oferta de vagas para professores e também para técnicos, mais segurança para os campi e maiores investimentos na estrutura das universidades. "O que nós temos hoje é uma tabela salarial completamente defasada, e o Governo Federal ainda nos apresenta uma proposta imoral, oferecendo 21% de reajuste em quatro anos, ou seja, de 5% ao ano, quando nós vemos uma inflação superior a 9% em 2015. Por isso, nós queremos um reajuste imediato de 27,3% para todas as categorias", salienta o diretor de Relações Sindicais da Adufpi.
Segundo a associação, algumas categorias de servidores das universidades federais estão com uma defasagem salarial de aproximadamente 80%. "Mas além da valorização dos salários, também exigimos a  implantação da data base e melhores condições de trabalho, com novos equipamentos, mais laboratórios, restaurantes e casas para abrigar estudantes", conclui Aléxis.
Fonte:Portal O Dia