Quando a musa da capa da “Playboy” aparece com um short curto e blusa decotada na Praça Cohab, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, os rapazes se voltam para ela. Não que a presença da moça seja novidade por ali. Rita Mattos é moradora do local, e já era alvo de olhares indiscretos.“Já admirava a beleza dela há muito tempo, mas se nunca me deu bola antes, agora então...”, lamenta o bem humorado estudante Rafael Gomes, que elogiou o resultado do ensaio da vizinha: “Uau... Show de bola!”.
A alguns metros dali, numa loja de roupas femininas, duas vendedoras acenam de longe, ansiosas por uma foto. Depois das selfies, um desabafo: “Queria só ter essas pernas”, comenta Natchele de Oliveira.Três dias depois do lançamento da revista, Rita circulou no bairro pela primeira vez, e reparou que os olhares mudaram. “Estava na academia quando vi um menino me observando e perguntei: ‘tá pensando no que viu na revista?’. Ele ficou sem reação”, diverte-se.
E parece que ele não foi o único. Na banca mais próxima de sua casa, todos os 20 exemplares que estavam disponíveis já foram vendidos. Dois deles estão com a mãe, Vera. Principal incentivadora da filha, foi ela quem a inscreveu no concurso Garota Zona Oeste em 2011, vencido por Rita.É ela quem entrega que foi a falta de apoio do ex-namorado, com quem Rita ficou durante sete anos, que fez ela desistir das oportunidades, como a posição de destaque num desfile da Mocidade. Foi pouco tempo após o fim do romance que surgiu o convite para posar nua. “Aconteceu na hora certa”, vibra.
“Só eu sei o duro que eu dou na rua”
“Ainda me perguntam se eu trabalho mesmo, e outros dizem que é puro marketing. Só eu sei o duro que eu dou na rua embaixo de sol, tendo contato com bichos, dentro de comunidades...”, narra ela, sem tirar o sorriso do rosto. Rita Mattos começou a trabalhar aos 16 anos. Já foi recepcionista e assistente administrativo no escritório de uma TV por assinatura antes de ser aprovada no concurso, que ela decidiu fazer por acreditar que só seriam exigidos testes físicos. Foi surpreendida com a exigência das provas teóricas, mas se inscreveu e passou.
“Na empresa em que eu trabalhava tinham demissões com frequência, e eu preferi um emprego que me desse estabilidade. Não tenho nenhuma vergonha do que eu faço”, diz ela. É com o salário de lá e com o cachê da “Playboy” que ela pretende comprar sua casa e deixar de viver com os pais no apartamento de um quarto que teve a sala dividida para dar um espacinho à moça. Em seu lar doce lar, aliás, conversas sobre a revista têm sido evitadas na frente do pai, o militar Sérgio. “Ele não fica muito à vontade”, comenta Rita.
Mas, mesmo que ainda more com eles, a Cinderela carioca ressalta que é financeiramente independente. Foi com seu salário que pagou os cinco piercings, as sete tatuagens e a implantação das próteses de silicone de 305ml, parcelada em 12 vezes.
Proposta indecente recusada
“Sempre tive esse sonho porque meus seios eram muito pequenos, e com a musculação diminui. Queria até que fosse maior, mas o médico não deixou”, comenta ela, que costuma ter seus gastos questionados devido à profissão: “Dizem que gari não pode ter silicone, fazer academia. Pelo amor de Deus, né?”.
Durante a adolescência, Rita pensava em seguir carreira na área de saúde, mas o emprego na Comlurb fez com que ela mudasse seus planos. Agora pensa em cursar Administração ou algo ligado ao meio ambiente para crescer dentro da empresa. Mas esse plano, claro, pode ser interrompido com uma boa proposta de trabalho como modelo, seu principal objetivo. Além da casa e do carro, seus sonhos de consumo demonstram o quanto é vaidosa. “Gosto de cuidar da beleza, fazer tratamentos estéticos, ir ao salão. Herdei isso da minha mãe, que é meio perua”, brinca.
Enquanto esses convites não chegam, Rita vem recebendo outras propostas que foram prontamente recusadas: “Já me ofereceram R$ 4 mil para uma hora de programa. E o valor só não aumentou porque eu disse que não aceitaria nem por R$ 1 milhão. Vou vencer com meu trabalho”.
Fonte:Com informações do Extra Online
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