Após a decisão da Playboy americana de parar de publicar fotos de mulheres nuas, a Editora Abril, que publica o título no Brasil, informou que ainda "não há nada decidido" sobre uma mudança no mesmo sentido na revista com o mesmo título vendida no país.
Segundo o diretor de redação da Playboy brasileira, Sérgio Xavier, a Playboy americana tem a tradição de respeitar os mercados locais e deixar os parceiros em outros países com autonomia para decidir "o que é melhor e como fazer".
“Não sabemos ainda como vai ser o processo nos EUA, não houve qualquer comunicado aos parceiros", disse Xavier.
O diretor de redação da Abril, no entanto, admite, que a questão do nu "precisa ser melhor pensada".
"Acho, pessoalmente, que faz todo sentido o que o Hefner [Hugh Hefner, fundador da revista e editor-chefe da Playboy nos EUA] faz, estamos gradativamente perdendo com o nu", diz Xavier. "Mas precisaremos pensar no 'como fazer a transição'. Teremos muito o que pensar e debater", acrescentou.
"Playboy, mais do que uma "revista de nu" é uma publicação que discute o comportamento masculino. Fala de moda, bebidas, viagens e tem nas entrevistas longas e profundas uma marca importante. Playboy, nos Estados Unidos e no Brasil, sempre discutiu direitos civis, racismo, liberdade. Isso não mudou nem mudará", completou.
Novo posicionamento nos EUA
A Playboy americana anunciou que a decisão de parar de publicar fotos de mulheres nuas se deve à concorrência de sites pornográficos. No entanto, continuará a publicar fotos de mulheres em poses provocantes. Simplesmente, elas não vão estar nuas, explicou o presidente-executivo da empresa, Scott Flanders, ao jornal "New York Times".
A publicação, que derrubou tabus nos anos 1950 com suas fotografias de mulheres com os seios à mostra, disse que a partir da edição de março de 2016 a publicação será redesenhada de "cima a baixo".
A revista está à procura de uma nova imagem, ante os sites pornográficos que oferecem gratuitamente "todos os atos sexuais imagináveis. [A publicação de fotos nuas] está totalmente ultrapassada agora", explicou.
Com a popularização da pornografia na internet, a Playboy, que vendia 5,6 milhões de cópias em 1975, não vende mais do que 800 mil atualmente.
Fonte:Â Com informações do G1