Isabelly festejou no último dia 8 mais um aniversário, com direito a bolo e "Parabéns pra você". A cena pode ser comum para outras crianças, mas, no caso dela, cada comemoração tem um significado especial: superação. Nascida com 26 semanas, 630 gramas e microcefalia, Isabelly viveria, segundo os médicos, 20 dias. Completou 12 anos.
A rotina da menina vaidosa, que usa laços no cabelo combinando com a roupa, exige dedicação da mãe Juliana Curti, de 30 anos, que nunca trabalhou para cuidar da filha. Isabelly aprendeu a andar e começou a falar depois dos 2 anos. E na tarefa de dar os primeiros passos foi ajudada pela cadela Nina, adotada por recomendação médica. A alimentação deixou de ser pastosa, mas tudo o que come precisa ser em pedaços pequenos, porque é fácil engasgar.
A descoberta da microcefalia aconteceu no quinto mês de gravidez.
- Só disseram que era uma cabeça menor, que haveria limitações e que ela não ia viver. Eu e o pai dela fizemos vários exames, mas até hoje não sabemos de onde veio a microcefalia - conta Juliana.
A avó de Isabelly, Ivone Pereira, lembra que a filha teve febre alta durante a gestação:
- Ela chegou a ficar de cama. E apareceram pequenas manchas vermelhas na pele.
A menina tem sorriso fácil. Gosta de ser fotografada. Mas sua principal paixão é o balé, que pratica duas vezes por semana. Até julho, estudava numa escola regular. Depois de muita espera, conseguiu uma vaga num colégio para crianças especiais.
É com essa escola que a mãe conta como aliada para desfraldar a filha. Ela sonha com o dia em que Isabelly terá mais autonomia, conseguindo fazer tarefas simples, como se pentear.
Ela já teve alta da fonoaudióloga e da fisioterapeuta. Já as consultas com psiquiatra e neurologista acontecem a cada três meses.
- É difícil cuidar? Sim. Mas, com ajuda da família, amor e paciência, vamos vencendo. E o governo tem que oferecer mais estrutura às mães - diz Juliana.
Fonte:Â O Globo