O ensino superior no Brasil ainda está longe de ser um dos melhores do mundo. Dos 9.963 cursos superiores avaliados em 2014 pelo Ministério da Educação (a análise é divulgada com um ano de atraso), 756 obtiveram resultado insatisfatório, com nota 2 ou 1, em uma escala de 1 a 5, de acordo com o MEC. Desses, 13 cursos estão no Piauí. A maioria são cursos da Universidade Estadual do Piauí.
Nenhum curso piauiense obteve a nota 1, mas 13 cursos tiveram nota 2. A maioria dos cursos está em campus da Universidade Estadual do Piauí. Os cursos de Pedagogia-UESPI de Amarante, Corrente e Uruçuí estão na lista, além dos cursos dos cursos de Letras-Português de Oeiras, Letras-Inglês de Piripiri e Geografia de Barras.
Também tiveram nota baixa o curso de Arquitetura e Urbanismo do Instituto Camilo Filho, o de Tecnologia e Análise em Desenvolvimento (Faculdade Piauiense de Processamento de Dados), Tecnologia em Rede (Faculdade CET), Sistemas de Informação (FAETE), Sistemas de Informação (FATEPI) e Engenharia Mecânica (IFPI).
Os cursos das faculdades privadas com notas ruins pelo interior do Piauí foram os de Pedagogia do Instituto Superior de Educação – ISESPI (Canto do Buriti) e do Instituto São Judas Tadeu – ISESJT (Floriano).
A avaliação decorre do Conceito Preliminar de Curso (CPC), divulgado, que leva em consideração não só a prova do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) realizada pelo estudante ao fim do curso, mas diversos aspectos da graduação, como corpo docente, infraestrutura da instituição e até os resultados da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que servem para o ingresso à faculdade. Especificamente, o CPC é divulgado somente a cada três anos.
MEC promete mais rigor
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante anunciou que, aqueles com baixo desempenho no CPC passarão por medidas de regulação e supervisão. Além de não poder abrir novas vagas, também serão impedidos de realizar novos contratos de programas como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e Universidade para Todos (ProUni). Não serão autorizados, ainda, a utilizar o curso superior como referencial para aderir ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
“Por exemplo, os que tiveram avaliação insatisfatória, mas melhoraram de situação de 2011 para 2014, têm o vestibular suspenso, mas poderão reabrir a partir de um protocolo de compromisso em que demonstram ao MEC que serão tomadas as medidas necessárias para recuperar a qualidade do curso”, explicou o ministro.
Nos cursos em que a queda de desempenho foi contínua, no período avaliado, o acompanhamento será mais rigoroso ainda. “Eles não poderão abrir vestibular e, além do protocolo de compromisso, nós só autorizaremos depois que a equipe do MEC e do Inep [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira] for lá e verificar efetivamente as condições do curso”, afirmou Mercadante.
Fonte:180graus