Moviment
Dia 20 de setembro de 2010. Há exatamente um ano, estudantes, professores e técnicos da Universidade Estadual do Piauí lançavam a campanha SOS UESPI, que nascia com o objetivo de buscar, junto às autoridades, melhorias para a instituição de ensino.
No primeiro dia de campanha, os três eixos se reuniram em uma aula pública realizada no cruzamento das Ruas João Cabral e Ceará, em frente à universidade. O trânsito foi paralisado no local e os problemas estruturais e acadêmicos foram expostos a todos.
Os destacados foram: a falta de material básico (papel, pincel, tinta para impressoras) que impossibilitava o andamento das aulas, atrasos no pagamento dos estudantes bolsistas e falta de repasses para os cursos.
Durante esses doze meses de mobilização, foram realizados atos públicos, assembléias e audiências com autoridades, para tentar abrir um diálogo e chegar rapidamente a solução dos problemas que se arrastam há anos.
A campanha também atingiu as redes sociais (twitter, facebook), e através da hastag #SOSUESPI, a situação da universidade se tornou do conhecimento de todos.
Com o crescimento da campanha, as reivindicações também se tornaram mais abrangentes. As categorias passaram a pedir autonomia financeira, o aumento do repasse de verbas para a universidade, assistência estudantil (construção do restaurante universitário e residência), reajuste dos salários dos professores e técnicos, abertura total da biblioteca do Campus Poeta Torquato Neto e a realização de concurso público para professores efetivos.
Parta tentar pressionar o governo, os professores realizaram diversas paralisações e no dia 9 de maio, deflagraram greve geral. O movimento durou 35 dias, e terminou com a promessa do governador Wilson Martins, que abriria a negociação com a categoria acerca da melhoria estrutural e no ensino.
Daniel Solon, professor da UESPI e dirigente regional da Andes – Sindicato Nacional dos Docentes de Ensino Superior, afirma que foi bom ver como a sociedade se sensibilizou com a situação da universidade, mas que a atenção do governo ainda é ínfima.
“Felizmente a população se juntou a nossa luta, que ainda está sendo muito difícil. O governo prometeu solucionar os problemas da universidade, mas na verdade pouco aconteceu. As vitórias até agora fora poucas” disse o professor.
Os êxitos da campanha que se pode destacar foram à regularização do pagamento dos bolsistas e a realização do concurso público para professor efetivo. A categoria pedia a abertura de concurso para 700 vagas, incluindo professores e técnicos, mas a universidade lançou o edital oferecendo 240 vagas para professores com titulo de mestre e doutor. As vagas serão distribuídas para onze cidades do Piauí e, de acordo com a reitoria, todos os cursos devem ser contemplados.
Durante toda esta terça-feira (20) a hastag #SOSUESP1ANO será utilizada nas redes sociais. Às 18 horas será realizado, no Campus Poeta Torquato Neto, próximo aos caixas eletrônicos, o corte do bolo em alusão a um ano da campanha SOSUESPI.
Picos
Prédio abandonado na UESPI de Picos
A situação da Universidade Estadual de Picos também foi um dos focos da campanha. Há mais de um ano que foi iniciada uma reforma física no prédio da instituição daquele município.
Com isso os alunos foram distribuídos em diversas escolas municipais onde assistem aula até hoje. A obra foi paralisada diversas vezes, sempre com a justificativa de falta de verba.
“O Campus de Picos hoje é o que sofre com os problemas maiores. Em conseqüência da obra interminável no prédio da Uespi de lá, os estudantes foram espalhados em várias escolas, tirando deles a comunicação e o verdadeiro clima de universidade. Essa foi mais uma promessa que não foi cumprida e os alunos vem sofrendo as conseqüências” afirmou Daniel Solon.
Até a realização do vestibular da Uespi de Picos foi colocada em rico. Após o impasse, o conselho universitário decidiu pela realização do certame. O edital, que deve ser lançado nesta quarta-feira (21), onde será conhecido o número de vagas ofertadas em cada Campus.
Fonte: ACESSEPIAUÌ