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Sorrisinho tímido, brilho nos olhos, cabelo de caracol. Quem vê Juliana não imagina que seu rostinho de menina esconde um currículo de gente grande. Aos 11 anos, Juliana Almeida é autora de cinco livros, dois deles também ilustrados por ela.

Mas é só ela abrir a boca, e tudo fica claro. A menina articula bem as palavras, consequência da paixão pela leitura. Em seus livros abordou principalmente a ecologia, mas em seu último lançamento, "Letícia", contou a história de uma menina que sonha em ser cantora.

A personagem que dá nome ao livro de Juliana não sabe cantar tão bem no início. Nasce numa cidade pequena, e por conta do pai, vai morar na capital. Lá, consegue a ajuda de um professor da nova escola, estuda e realiza seu sonho. 
Tanto a história da Letícia como a da autora se parecem. A menina é prova que talento se constrói com esforço e incentivo. Juliana tem o apoio forte dos pais, tios e principalmente da avó, a promotora de justiça aposentada Rubenita Almeida.  Ela guarda cada rabisco da menina desde cedo. "Para mim, não há nada mais valioso que um papel com escritos", argumenta. Ela é a maior incentivadora do talento de Juliana. "Eu quero que quando ela tenha 15 anos, tenha mais ou menos uns dez livros", diz animada. "Ela começou só com rabiscos, né. Agora não, o que dá na cabecinha dela, ela escreve, está ficando cada vez mais natural". 

A mãe, Maria Teresa, diz que o primeiro incentivo que deu foi deixar que a filha viesse estudar em Teresina, como incentivo à educação. "Foi minha maior ajuda, eu acho. Cortar o cordão umbilical e deixar que ela viesse morar com a avó", conta. 

Os livros são editados e impressos pela família de Juliana. Nenhum é vendido, todos são doados para outras crianças da cidade de Batalha, de onde veio a menina e sua família. Os livros também circulam em outras cidades, como Barras e Teresina. E agora, é ela quem inspira outros autores. O próximo lançamento literário de Batalha será da amiguinha de Juliana, Emanuelle, de 11 anos. 

Juliana é sobrinha do presidente da Academia De Letras do Alto Longá, o escritor Antônio Pedro. "Ela tem mais livros que eu. Escrevi quatro e ela já cinco", brinca, cheio de orgulho. "Ela é um orgulho pra toda a família. Muito estudiosa, carinhosa, é um anjo", diz o tio. 
A escola também foi fundamental. O colégio Dom Bosco, onde ela estuda, foi quem deu a Juliana a tarefa de escrever os livros, para apresentar como um trabalho de escola. Esse tipo de ação dá oportunidade para crianças exercitarem a criatividade, e talentos como o dela surgirem e se desenvolverem. Tanto é que este ano Juliana chegou ao 6º ano do ensino fundamental, e não precisa mais escrever um livro como trabalho. Agora, ela vai fazer pelo prazer. "Eu vou continuar escrevendo. Agora quero escrever um livro de poesias", promete. Estamos aguardando os próximos lançamentos.

Fonte:Portal O Dia