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Ministro diz que Estados pedem kits de dengue bem além do necessário

'Os Estados às vezes pedem um número que a nossa equipe técnica julga que é um número excessivo'

10/03/2016 | Edivan Araujo
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O ministro da Saúde, Marcelo Castro, disse nesta quarta-feira (9) que o governo "está distribuindo regularmente" os kits de diagnóstico para dengue aos laboratórios dos Estados e que novos testes estão sendo adquiridos para complementar a distribuição.

Conforme a Folha de S.Paulo divulgou nesta quarta, ao menos oito secretarias estaduais de saúde, no entanto, dizem que receberam em fevereiro uma quantidade menor de testes do que o previsto. Estados também relatam que ficaram cinco meses sem receber os kits com os testes sorológicos usados para confirmar o diagnóstico de dengue. A análise, capaz de verificar se a pessoa teve a doença mesmo semanas após os sintomas, é recomendada principalmente para casos graves ou para pacientes de risco (gestantes, crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas).

Para Castro, muitos Estados pedem um número superior de testes do que o necessário. "Os Estados às vezes pedem um número que a nossa equipe técnica julga que é um número excessivo", afirmou. "Estamos distribuindo os kits regularmente. Recebemos um número e a gente já contratou outros, então vamos distribuindo ao longo do ano. A ideia é não deixar faltar de maneira nenhuma. Evidente que na situação que estamos passando é compreensível que alguns peçam um número maior para ter estoque", disse, em referência ao avanço dos casos de dengue e de zika no país.

Em São Paulo, no entanto, o Instituto Adolfo Lutz diz que os 220 kits recebidos até esta semana atendem apenas 19,8 mil das 30 mil amostras de pacientes armazenadas, "fora as que ainda devem ser encaminhadas pelos municípios". No Rio, a quantidade recebida é "suficiente" para a demanda acumulada, diz a Secretaria de Saúde. Faltam, porém, kits para novas análises.

Segundo os Estados, o total de kits solicitado ao governo federal é calculado a partir dos atendimentos de pacientes na rede pública e segue o padrão de meses anteriores. Castro diz que, nos casos em que houver necessidade de mais kits, a pasta deve complementar os envios. "Se São Paulo precisa de mais, vamos mandar mais. Achamos que naquele momento, dado o critério que estava sendo usado, 200 era razoável", disse. Segundo o ministro, o atraso ocorrido nos últimos cinco meses ocorreu devido a problemas no processo de compra dos testes para serem distribuídos. Ele diz que a situação já foi regularizada. "Vamos fazer todo o esforço para não atrasar mais. Todos [os Estados] estão abastecidos", disse.

BUTANTAN
O ministro também rebateu as críticas sobre a falta de repasse de verbas ao Instituto Butantan que seriam destinadas para pesquisa de um soro contra o vírus da zika e na última etapa de testes da vacina contra a dengue. "Está sendo feita uma critica que assinamos o contrato e ate agora não saiu nenhum centavo. Não se trata disso. Acontece que só ontem o Butantan mandou os documentos necessários", disse.

Fonte: Com informações da Folha de São Paulo

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