O promotor de Justiça Eliardo Cabral, um dos responsáveis por acompanhar o caso da estudante Fernanda Lages, assassinada no dia 25 de agosto em Teresina, afirmou em que já tem convicção para oferecer denúncia contra um dos suspeitos do crime.
"Para minha convicção, já daria para eu oferecer a denúncia pelo menos contra um [suspeito]. Mas acontece que, além da minha convicção, como eu não sou julgador, eu tenho que colher bastantes provas, parar que o julgador tenha elementos suficientes para julgar", afirmou o promotor. Ele explicou, no entanto, que o suspeito não foi indiciado.
Eliardo Cabral disse que esse suspeito não esteve no local da obra no dia do crime, mas que teria planejado, juntamente com a segunda pessoa, que levou Fernanda Lages ao prédio do Ministério Público Federal, a morte da vítima. "Quando não existe prova testemunhal, que é prova direta, nós trabalhamos com prova indiciária (indícios)", ressaltou o promotor.
Segundo o promotor, o principal suspeito não esteve no local do crime e "nem precisaria estar". Mas, segundo Eliardo, era necessário que uma outra pessoa estivesse com Fernanda no prédio para executar o assassinato . "Não vai fazer força para carregar [a Fernanda] nos braços. Bastava uma pessoa estar com a vítima", revelou.
Eliardo Cabral confirmou que um dos suspeitos tinha ou manteve relacionamento amoroso com a Fernanda, mas teria afirmado que não conhecia nem nunca tinha visto a moça antes. "Essa mentira para nós tem um peso, um cheiro de confissão. Isso é prova indiciária forte", enfatizou.
O promotor informou ainda que o suspeito já contratou um advogado criminalista para o defender, já prevendo seu indiciamento. O profissional procurador pelo suspeito seria bastante renomeado nessa área, em Teresina. Segundo Eliardo, o suspeito teria tomado essa atitude após a entrada do promotor no caso. "Esse cara (o próprio Eliardo, falando de si mesmo) tocou o dedo em todas as feridas. Botou o dedo certinho na causa, autoria de mais uma pessoa", afirmou Eliardo.
Eliardo Cabral ressaltou que tudo o que esteve revelando não é base em suposição, mas em provas indiciárias fortes. Questionado se o suspeito não poderia fugir, o promotor disse que isso facilitaria o trabalho das investigações. "Se ele fosse fugir, iria acabar com todas as nossas dúvidas", disse.
Fonte: Portal O Dia
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