Professores e alunos da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) estiveram reunidos, na manhã desta quarta-feira, primeiro de junho, no Palácio Pirajá, prédio-sede da reitoria, para avaliar o andamento da greve unificada que já dura mais de 40 dias. Durante a reunião eles decidiram dar continuidade à paralisação. Foram 62 votos a favor, 26 contra e 9 abstenções.
Imagem: Andreia Soares/ GP1Assembleia Geral sobre greve na Uespi
Os docentes e servidores técnicos-administrativos paralisaram as atividades, no dia 18 de abril, para reivindicarem algumas pautas com o Governo do Estado, entre elas as promoções e progressões, o plano de cargos e salários, o reajuste salarial, a bolsa-auxílio de alunos, a infraestrutura nos campis da instituição, o chamamento de docentes e técnicos aprovados no último processo seletivo e a realização de um novo.
Imagem: Andreia Soares/ GP1Assembleia Geral sobre greve na Uespi
A presidente da Associação dos Docentes do Ensino Superior do Piauí (ADCESP), Lina Santana, afirmou ao GP1 que a greve vai continuar por votação da maioria “as negociações não avançaram como o esperado, até porque existem alguns pontos que são estritamente importantes para a categoria de docência, que é a questão salarial, estamos com três anos sem nenhum reajuste e o Governo nos nega a oportunidade sequer de discutir sobre isso”, ressaltou.
Ontem (31), um dos campis suspendeu a greve mesmo sem o aval da assembleia. “Dos campis do interior que estão em greve, apenas Floriano retornou às atividades, mas nós vamos levar uma comissão até lá para saber o que ocorreu, porque na verdade a assembleia é a nossa instituição máxima e somente após ela pode dizer se vamos ou não continuar. Todos os outros campis em greve já votaram pela continuidade da mesma”, declarou Lina.
Imagem: Andreia Soares/ GP1residente da Associação de Docentes da instituição (ADCESP), Lina Santana
Após o reajuste assinado pelo governador Wellington Dias, que altera a Lei nº 6.303/2013, sobre o Plano de Cargos, Carreiras e Salários dos servidores técnico-administrativos, a categoria decidiu suspender a greve na última quarta-feira (25).
Reajuste dos técnicos
Foram concedidos reajustes para as três classes: fundamental - começa com R$ 880 (classe I Padrão A) e alcança R$ 1.046,67 (classe III Padrão E); médio – inicia com R$ 994,72 e chega a R$ 1.969,48 e superior - R$ 1.637,72 para a classe I Padrão A e R$ 3.732,49 para a classe III padrão E.
Para o professor da instituição e atuante no movimento grevista, Daniel Solon, “o salário dos técnicos é muito baixo e o reajuste que o governador assinou é uma vergonha, simplesmente tiraram a ilegalidade do que estava acontecendo no Estado que era pagar abaixo do salário mínimo. O salário real é muito pouco diante da necessidade dos servidores”, afirmou.
Imagem: Andreia Soares/ GP1Professor da Uespi e atuante no movimento grevista, Daniel Solon
Propostas do Governo
Entre as propostas apresentadas pelo Governo Estadual, através do secretário de administração, Franzé Silva, “o governador mandou uma emenda para alterar a legislação que acionava a inclusão da Uespi na lei de lotação. A questão das promoções dos professores que tinham terminado o curso de mestrado e doutorado, foi concedido em duas vezes, 50% para ser pago em junho e a outra parcela em outubro. Sobre as bolsas dos alunos, foram autorizadas 200 novas bolsas, para que isso seja ampliada na política de incentivo financeiro aos estudantes. Para os professores efetivos, há uma proposta de se criar uma comissão que vai trabalhar concomitantemente com o PDI, e ao término, será estabelecido os cursos, quantitativo e em quais municípios haverá concursos. O governador quer que ao terminar o PDI, já esteja com o edital pronto para ser publicado para resolver o problema dos professores efetivos", anunciou.
Sobre a infraestrutura dos campis da instituição, foram liberados R$ 25 milhões oriundos do empréstimo do Banco Mundial, para serem elaborados projetos e aplicados nas prioridades definidas pela própria instituição. O reitor da Uespi, Nouga Cardoso, afirma que há inúmeras coisas já apontadas pela comunidade universitária. “A princípio vamos destinar para a compra e melhoria de equipamentos, laboratórios, restaurantes universitários, entre outras prioridades”, destaca.