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Botafogo e Fla não entram em acordo no caso Willian Arão

Caso não haja acordo na nova audiência, o juiz da 27ª Vara do Tribunal Regional do Trabalho do Rio irá marcar uma data para julgamento.

06/09/2016 | Edivan Araujo
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Em audiência de conciliação realizada nesta segunda-feira, advogados do Botafogo, do Flamengo e o jogador Willian Arão não saíram do lugar. Não houve acordo em juízo e o clube alvinegro pediu adiamento para novo encontro entre as partes - ainda sem data definida. Apesar das tentativas alvinegras, o Flamengo desconsidera possibilidade de acordo. Para o Rubro-Negro, o Botafogo errou no contrato com Arão e não tem direito a ressarcimento pela saída do jogador. 

Caso não haja acordo na nova audiência, o juiz da 27ª Vara do Tribunal Regional do Trabalho do Rio irá marcar uma data para julgamento. Independentemente do resultado, ainda caberá recurso em última instância no Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília.

O Botafogo promete lutar até as últimas instâncias para ser ressarcido pela perda do jogador. O fato de advogados do Flamengo terem sido intimados a comparecer é visto como sinal de que o desembargador poderia propor ao rival pagar uma quantia para encerrar o caso. No lado da Gávea, o departamento jurídico está tranquilo com o caso. A cláusula de quebra de contrato com o Botafogo era de R$ 20 milhões.

Arão já obteve duas vitórias na Justiça até o momento: em dezembro do ano passado, recebeu tutela antecipada que o permitiu se desligar do Alvinegro até o julgamento e deixou o caminho livre para se transferir para o Rubro-Negro. E em março, viu a juíza da 27ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro considerar nula a cláusula de renovação automática que havia em seu contrato em General Severiano.

Em novembro do ano passado, o Botafogo chegou a fazer duas vezes o depósito de R$ 400 mil para acionar o dispositivo de renovação automática, mas ambos foram devolvidos por Arão, que já desejava se transferir para o Flamengo. A Justiça tornou sem efeito a cláusula por entender que o contrato fere a nova resolução da Fifa que proíbe investidores de ter direitos econômicos de atletas. Na visão da juíza da 27ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, o próprio volante foi considerado seu "investidor" e dono de parte do montante econômico na renovação. O Botafogo discorda da interpretação e por isso leva o caso adiante, mas o departamento jurídico acredita que o processo pode durar meses ou anos para uma definição devido ao ineditismo da matéria.

O "caso Arão" azedou o clima entre os clubes, pois a diretoria do Botafogo acusou o Flamengo de ter assediado o jogador. Por isso, o Alvinegro se recusa a conversar sobre outros assuntos com o rival enquanto não receber uma indenização que julga ter direito. Tanto que, quando membros da direção cogitaram alugar a Arena Botafogo, na Ilha do Governador, para outros times, o presidente Carlos Eduardo Pereira avisou que não há negócio com o Rubro-Negro.

Nos últimos meses, também chegou a ser especulado por alguns veículos de imprensa que o clube da Gávea estava abrindo diálogo com o Alvinegro para administrar o Engenhão, rebatizado de Nilton Santos. Porém, rapidamente o Botafogo usou as redes sociais para negar a informação e postar foto do estádio com a legenda: "A casa é do BOTAFOGO e ponto final!"

Fonte: globoesporte.com

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