Durante coletiva na Acadepol, o presidente do inquérito que apura a morte da estudante Fernanda Lages, delegado Paulo Nogueira, justificou a não apresentação de uma conclusão, pediu desculpas e disse que não tem mais condições de ficar com o caso.
O delegado fez críticas à atuação do Ministério Público, autor da ação, esteja fazendo e declarou que não concluiu o caso da maneira que o Ministério Público gostaria, e que os próprios promotores poderiam denunciar os suspeitos ou autores, já que dizem ter os nomes.
“Os promotores disseram diariamente que sabiam quem matou Fernanda, que tinham os nomes. O trabalho da Polícia Civil é para convencer o titular da ação, no caso o Ministério Público, mas como é que se vai convencer, se eles já têm convicção formada há muito tempo? Se não os convencemos paciência!”, declarou o delegado Paulo Nogueira.
Nogueira acrescentou: “eles [promotores] teriam que ser leais conosco, já que diziam saber quem era o mandante e quem executou, oficiamos no dia 07 deste mês que apontasse os nomes, mas até ontem ninguém da Cico tinham recebido nenhuma informação dos promotores. Sou humilde e confesso que eu não os encontrei até o presente momento. Peço desculpas, mas não vamos apontar. Se o titular da ação exige que a gente apresente o resultado que eles queriam, lamentavelmente, não posso atendê-los”.
Reputações questionadas
O delegado disse que fez um desabafo porque reputações de profissionais renomados foram colocadas em cheque.
“A instituição Polícia Civil teve sua reputação questionada, jogada na opinião pública, colocada em cheque a honra da Polícia Civil e o perito Antônio Nunes com mais de 30 anos de dedicação ao seu trabalho, com seriedade e hombridade, teve sua reputação questionada, pelos próprios promotores que sequer tiveram a grandeza de aguardar o resultado e já solicitaram que peritos do Ministério Público do Distrito Federal, sem se darem ao trabalho de ler o resultado do laudo feito por nossos peritos. Para eles, tudo que fizemos não serve, não presta. Agora pedimos que façam plantão na porta do Ministério Público Estadual, tudo vai estar com eles, apesar das ironias, nós confiamos na capacidade deles como promotores e investigadores, se é do conhecimento deles quem matou Fernanda que possam dizer de preferência nos 15 dias que eles têm para denunciar o caso a Justiça”, finalizou.
Fonte: Cidadeverde