Matéria / Polícia

Após acordo no movimento ‘Tolerância Zero’, PMs denunciam falta de coletes e algemas

09/11/2011 |
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Após três meses do fim do movimento "Polícia Legal - Tolerância Zero", deflagrado pelos policiais militares do Piauí, reivindicando melhores condições de trabalho, a categoria ainda denuncia a falta de coletes à prova de balas, algemas e coturnos. Segundo os militares ouvidos pela reportagem O DIA, policiais estão sofrendo represálias, mesmo com o acordo de anistia administrativa a todos os PMs que participaram do movimento.

"Os problemas continuam. Os coletes não existem e os coturnos que foram pedidos vieram com a numeração errada. Além disso, as viaturas do Ronda Cidadão estão desfalcadas", revela um policial militar que preferiu não se identificar. O desfalque que o militar relata é a transferência de policiais do Ronda Cidadão para outras áreas. Antes da implantação do programa na zona Sul, três militares ficavam na viatura. Agora, são apenas dois.

"Temo pela criação de mais uma unidade, pois poderá haver novo deslocamento de pessoal, falta de coletes e outros problema", disse o policial militar. Ainda segundo a denúncia, o curso de direção especializada prometido pelo Comando da Polícia Militar, uma dos acordos exigidos para o fim do movimento em agosto, até o momento não foi realizado. "Policiais estão sendo chamados nos quarteis para uma espécie de acareação sobre o movimento", relatou o militar.

A reportagem ouviu o presidente da Associação dos Oficiais Militares do Estado do Piauí, a Amepi. Segundo o capitão Evandro, presidente da categoria, "está tudo bem". "Realmente não tem coletes, mas a Associação entende que a situação é normal, pois depende da licitação", fala o militar com moderação.

Entenda o movimento

O Movimento Polícia Legal, Tolerância Zero foi iniciado pelos policiais e bombeiros militares do Piauí no dia 11 de agosto, às 20h. Com o movimento, os PMs e bombeiros só passaram a atender a uma ocorrência se tivessem condições operacionais para tanto, como estar protegido com coletes, armamentos e viaturas adequadas e com suas carteiras de habilitações.Como há carência de todos esses equipamentos tanto na PM como no corpo de Bombeiros, os policiais deixaram de ir às ruas, deflagrando uma espécie de "greve branca".

Os PMs justificaram o movimento ressaltando que só poderiam trabalhar (de acordo com a lei) se tivesse à disposição fardamento, armamento adequado, armas não letais, viaturas com condições de trafegar, colete à prova de balas, entre outros.

Portal O Dia

Imagem: O Dia

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